Antígona (Sófocles)

Antígona é uma peça teatral do dramaturgo grego Sófocles. Essa tragédia grega mostra a atitude tirânica do rei Creonte. Por sua tirania, ele é punido pelos deuses.

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Antígona é uma peça teatral do dramaturgo grego Sófocles. A obra foi produzida na Antiguidade Clássica e apresenta caráter heroico e mitológico. A ação acontece em Tebas, onde o tirânico rei Creonte decide punir um dos filhos mortos de Édipo. Seu nome é Polinices, condenado a não ser sepultado.

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Antígona, filha de Édipo, decide contrariar o rei e futuro sogro, de forma que realiza o sepultamento do irmão. Por isso, é presa e condenada à morte. Porém, ela mesma tira a própria vida. Ao encontrar a noiva morta, Hêmon, filho do rei, também se mata. Eurídice, a rainha, ao saber da morte do filho, também comete suicídio.

Leia também: Mito de Édipo — detalhes sobre esse mito que se tornou popular principalmente na versão de Sófocles

Tópicos deste artigo

Resumo da obra Antígona, de Sófocles

  • Antígona é uma peça teatral do dramaturgo grego Sófocles.
  • Creonte, o rei, decide, como punição, deixar sem sepultar o corpo de Polinices, um dos filhos mortos de Édipo.
  • Antígona, irmã de Polinices, revolta-se contra a tirania do rei e sepulta o irmão.
  • Ao saber da desobediência de Antígona, o rei manda prender a moça e a condena à morte.
  • Hêmon, filho do rei, é noivo de Antígona e desentende-se com o pai, pois discorda de sua tirania.
  • Antígona comete suicídio e, quando o noivo a encontra morta, ele também comete suicídio.
  • Ao saber da morte do filho, Eurídice, esposa do rei, também comete suicídio.
  • Creonte sofre e lamenta a morte da esposa e do filho e, assim, é punido pelos deuses.
Capa do livro “Antígona”, de Sófocles, publicado pela editora Companhia das Letras.  [imagem_principal]
Capa do livro Antígona, de Sófocles, publicado pela editora Companhia das Letras. [1]

Análise da obra Antígona, de Sófocles

→ Personagens da obra Antígona, de Sófocles

  • Antígona: filha de Édipo e de Jocasta.
  • Coro de anciãos.
  • Creonte: rei de Tebas e irmão de Jocasta.
  • Eurídice: esposa de Creonte.
  • Guarda.
  • Hêmon: filho de Creonte e de Eurídice.
  • Ismene: filha de Édipo e de Jocasta.
  • Menino guia de Tirésias.
  • Primeiro mensageiro.
  • Segundo mensageiro.
  • Tirésias: adivinho.

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→ Tempo da obra Antígona, de Sófocles

O tempo da obra Antígona, de Sófocles, é a idade heroica da Grécia, que estaria compreendida entre a chegada dos gregos à Tessália e o fim da Guerra de Troia.

→ Espaço da obra Antígona, de Sófocles

A ação da obra Antígona, de Sófocles, passa-se na cidade de Tebas, na Grécia.

→ Narrador da obra Antígona, de Sófocles

Por ser uma peça de teatro, a obra Antígona, de Sófocles, não apresenta narrador.

→ Enredo da obra Antígona, de Sófocles

A ação da obra Antígona, de Sófocles, passa-se na fachada do palácio real, na ágora de Tebas. Em cena, Antígona e Ismene falam sobre o decreto do Rei Creonte, que determina que um dos irmãos mortos das filhas de Édipo tenha sepultura e que o outro não tenha. Assim, Etéocles vai ter um funeral, enquanto Polinices não vai ter sepultura nem vai ser chorado por ninguém.

Antígona pede a ajuda de Ismene, para ambas enterrarem Polinices às escondidas. Porém, Ismene opta pela obediência ao rei. Depois de saírem de cena, entra o coro e, em seguida, Creonte e seus guardas. Ele reafirma sua decisão, pois Etéocles, segundo ele, morreu lutando pela pátria, enquanto Polinices voltou do exílio e incendiou a terra paterna e os santuários e planejou ferir e escravizar seus parentes.

Entra um guarda e conta ao rei que Polinices foi sepultado, mas ainda não se sabe quem cometeu tal ato contrário à decisão real. O rei ameaça os guardas: se não descobrirem o autor do sepultamento, vão ser punidos com atos piores do que a morte. Mais tarde, o guarda captura Antígona e a leva até Creonte.

Antígona não nega sua ação, confessa ter enterrado o irmão. Ela enfrenta o rei, diz que sua decisão não foi justa e que está abaixo das determinações de Zeus, demonstrando a tirania de Creonte. Ela ousa enfrentar o rei, enquanto os outros habitantes de Tebas ficam em silêncio, com medo.

Pintura retratando o momento em que Antígona está sepultando Polinices, trecho da obra “Antígona” (Sofócles).
Pintura retratando o momento em que Antígona está sepultando Polinices.

Ismene entra, chorando, e diz ter ajudado a irmã, mas Antígona nega que a irmã a tenha ajudado. Ismene quer acompanhar a irmã em sua dor, mas Antígona, com ar de desprezo, rejeita a compaixão de Ismene. O rei está disposto a decretar a morte de Antígona, mesmo ela sendo noiva de Hêmon.

Creonte manda os guardas levarem as irmãs para o confinamento. Hêmon, noivo de Antígona e filho do rei, entra em cena e mostra-se, a princípio, obediente à decisão do rei, mas informa ao pai que as pessoas de Tebas estão do lado de Antígona, pois ele, às escondidas, ouviu as queixas e os murmúrios da cidade.

Com cautela, o filho, mais racional do que o pai, tenta lhe mostrar os perigos de contrariar a vontade  popular, além de mostrar a insensatez do rei. No entanto, o rei vê os argumentos do filho como uma afronta ao seu poder e manda um servo buscar Antígona para que ela morra logo, diante de seu noivo.

Hêmon então vai embora depois de dizer ao pai que ele nunca mais o verá. O adivinho Tirésias vai até Creonte para dizer que a sorte do rei está em perigo. Adverte o rei de que suas decisões estão prejudicando Tebas. Segundo ele, os deuses já não escutam as preces desde que Creonte tomou a decisão contra o cadáver de Polinices.

O rei sente-se atacado por Tirésias e, a princípio, não cede em sua decisão de deixar Polinices sem ser sepultado. Por fim, Creonte decide libertar Antígona e mandar sepultar Polinices. Apesar disso, em seguida, um mensageiro traz a notícia para Eurídice de que seu filho Hêmon suicidou após encontrar o corpo de Antígona, a qual também cometera suicídio.

Devido à morte do filho, Eurídice também se mata. O rei sofre e lamenta diante da tragédia, por perder o filho e a esposa. Enquanto Creonte sai de cena, o coro diz, finalizando a peça:

Destaca-se a prudência sobremodo como a primeira condição para a felicidade. Não se deve ofender os deuses em nada. A desmedida empáfia nas palavras reverte em desmedidos golpes contra os soberbos que, já na velhice, aprendem afinal prudência.

Confira também: Romeu e Julieta — uma famosa tragédia de William Shakespeare

Características da obra Antígona, de Sófocles

→ Estrutura da obra Antígona, de Sófocles

Por ser uma peça de teatro, Antígona, de Sófocles, apresenta indicação de falas dos personagens e rubricas. No entanto, não é dividida em atos e cenas, como ocorre tradicionalmente em textos dramáticos.

→ Estilo literário da obra Antígona, de Sófocles

Antígona, de Sófocles, não faz parte de nenhum estilo literário, já que, na época de sua produção, ainda não havia esse tipo de classificação para obras literárias ou artísticas.

Porém, essa tragédia grega é clássica, já que foi produzida durante a Antiguidade Clássica. As obras desse período apresentam caráter antropocêntrico, pois valorizam a razão e os valores humanos.

Contexto histórico da obra Antígona, de Sófocles

A Idade Heroica da Grécia antiga antecede a Idade de Ferro (ou Idade das Trevas). Portanto, está situada no período anterior a 1200 a. C. Assim, chega ao fim logo após a Guerra de Troia. É marcada pelo caráter heroico e mítico. As informações acerca dessa época estão apontadas em obras de caráter fictício como a Ilíada e a Odisseia, ambas de Homero.

Veja também: Ilíada — famoso poema épico supostamente escrito por Homero na Antiguidade Clássica

Sófocles, autor de Antígona

Busto de Sófocles, o autor de “Antígona”.
Sófocles é o autor de Antígona.

Sófocles é o autor de Antígona. Membro de uma rica família grega, nasceu cerca de 494 a. C., perto de Atenas, em Colono. Em 440 a. C., tornou-se encarregado da vigilância do tesouro da Acrópole.

Além disso, foi um grande dramaturgo, que viveu 80 anos. É autor de mais de 100 peças teatrais, mas apenas 7 delas chegaram a nossos dias:

  • Édipo Rei;
  • Édipo em Colono;
  • Antígona;
  • Electra;
  • Ájax;
  • As traquínias;
  • Filoctetes.

Crédito de imagem

[1] Grupo Companhia das Letras (reprodução)

Fontes

CANDIDO, Maria Regina. Dark Age: questão de debate, uma polêmica aberta. Revista Eletrônica de Antiguidade, Rio de Janeiro, n. 1, ano 6, 2013.

RIBEIRO JR., Wilson Alves. Áulis e o fim da Idade Heroica da Grécia. In: CONGRESO DA SBEC, 5., 2003, Pelotas. Anais [...]. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, 2003.

SÓFOCLES. Antígona. Tradução de Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

SÓFOCLES. In: Infopédia. Disponível em: https://www.infopedia.pt/artigos/$sofocles.

A tragédia Antígona, de Sófocles, evidenciou o embate entre as tradições religiosas e o poder humano
A tragédia Antígona, de Sófocles, evidenciou o embate entre as tradições religiosas e o poder humano
Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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SOUZA, Warley. "Antígona (Sófocles)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescolav3.elav.tmp.br/filosofia/a-tragedia-na-peca-teatral-antigona-sofocles.htm. Acesso em 30 de outubro de 2025.
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