Modernismo em Portugal

O Modernismo em Portugal possui três fases com características distintas: Orfismo ou Geração de Orpheu (1915-1927), Presencismo (1927-1940) e Neorrealismo (1939-1974).

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O Modernismo em Portugal foi um estilo literário que esteve em voga de 1915 a 1974. Teve início, oficialmente, com a publicação da revista Orpheu e ficou marcado por três fases.

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A primeira fase é nacionalista e antiacadêmica. Já a segunda é marcada por explorar o conflito existencial. Por fim, a terceira fase, oficialmente iniciada em 1939, é neorrealista e apresenta questões sociais e perspectiva ideológica.

Leia também: Como foi o Modernismo no Brasil?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o Modernismo em Portugal

  • O Modernismo em Portugal apresentou três fases distintas.

  • A primeira fase ou Orfismo (1915-1927) é marcada pela inovação e visão antiacadêmica.

  • A segunda fase ou Presencismo (1927-1940) é conhecida pela temática do conflito existencial.

  • A terceira fase ou Neorrealismo (1939-1974) apresenta caráter ideológico e realismo social.

  • Os principais autores do Modernismo português são Fernando Pessoa (fase 1), Miguel Torga (fase 2) e Alves Redol (fase 3).

O que foi o Modernismo em Portugal?

O Modernismo em Portugal foi um estilo literário que esteve em voga de 1915 a 1974. Ele apresentou três fases, conhecidas como: Orfismo (1915-1927), Presencismo (1927-1940) e Neorrealismo (1939-1974).

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Características do Modernismo em Portugal

A primeira fase modernista em Portugal, também conhecida como Geração de Orpheu, foi oficializada em 1915 com a publicação da revista Orpheu. Os autores dessa fase valorizam a inovação, a irreverência, utilizam o verso livre e fazem oposição aos valores acadêmicos.

O Orfismo também apresenta caráter nacionalista, ironia, crítica à burguesia, além de traços cubistas e futuristas. Já a segunda fase modernista em Portugal, também chamada de Presencismo, teve início em 1927. Seus autores não se comprometem com questões sociopolíticas, optando pela alienação social e se debruçando sobre a crise existencial e a análise psicológica.

Por fim, o Neorrealismo, como é conhecida a terceira fase modernista em Portugal, tem como marco a publicação do livro Gaibéus, de Alves Redol. Mas foi antecipado por Ferreira de Castro, o qual publicou o romance neorrealista A selva em 1930. A fase neorrealista apresenta caráter ideológico, realismo social e personagens marginalizados.

Fases do Modernismo em Portugal

FASE

PERÍODO

DEFINIÇÃO

1ª fase: Orfismo

1915-1927

A geração de Orpheu ou Orfismo é marcada por nacionalismo e postura antiacadêmica.

2ª fase: Presencismo

1927-1940

O Presencismo é uma fase centrada em questões existenciais.

3ª fase: Neorrealismo

1939-1974

O Neorrealismo é uma fase marcada pelo realismo social.

Autores do Modernismo em Portugal

  • Fernando Pessoa (1888-1935).

  • Mário de Sá-Carneiro (1890-1926).

  • Almada Negreiros (1893-1970).

  • Ferreira de Castro (1898-1974).

  • José Régio (1901-1969).

  • João Gaspar Simões (1903-1987).

  • Branquinho da Fonseca (1905-1974).

  • Miguel Torga (1907-1995).

  • Soeiro Pereira Gomes (1909-1949).

  • Alves Redol (1911-1969).

Fernando Pessoa
Fernando Pessoa é o escritor mais famoso do Modernismo em Portugal.

Principais obras do Modernismo em Portugal

Primeira fase

  • Dispersão (1914), de Mário de Sá-Carneiro;

  • Orpheu (1915), revista fundada por Almada Negreiros, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro;

  • A engomadeira (1917), de Almada Negreiros;

  • Mensagem (1934), de Fernando Pessoa.

Segunda fase

  • Presença (1927-1940), revista fundada por Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões;

  • Ansiedade (1928), de Miguel Torga;

  • Elói ou Romance numa cabeça (1932), de João Gaspar Simões;

  • As encruzilhadas de Deus (1936), de José Régio;

  • O barão (1942), de Branquinho da Fonseca.

Terceira fase

  • A selva (1930), de Ferreira de Castro;

  • Gaibéus (1939), de Alves Redol;

  • Esteiros (1941), de Soeiro Pereira Gomes.

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Contexto histórico do Modernismo em Portugal

Em Portugal, a Proclamação da República ocorreu em 5 de outubro de 1910. Chegava ao fim a monarquia portuguesa. Os republicanos eram progressistas e, para fortalecerem o novo regime, viram a necessidade de estimular o sentimento de nacionalidade. Essa visão serviu como influência na primeira fase do Modernismo.

Porém, anos depois, em 1926, a ditadura foi implantada e, em 1933, foi decretado o Estado Novo no país, tendo fim somente em 1974. Como reação a esse estado de coisas, os modernistas se entregaram à introspecção da segunda fase, para depois, por meio do Neorrealismo, se levantarem contra a ditadura fascista de Salazar (1889-1970).

Mapa mental sobre modernismo em Portugal

Mapa mental sobre o Modernismo em Portugal. (Créditos: Gabriel Franco | Brasil Escola)
Mapa mental sobre o Modernismo em Portugal. (Créditos: Gabriel Franco | Brasil Escola)

Exercícios sobre Modernismo em Portugal

Questão 1

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:

( ) A primeira fase do Modernismo em Portugal surgiu em 1915 com a Semana de Arte Moderna.

( ) A segunda fase do Modernismo em Portugal apresenta crítica social e caráter nacionalista.

( ) A terceira fase do Modernismo em Portugal é neorrealista e apresenta caráter ideológico.

A sequência correta é:

A) V, V, V.

B) F, F, V.

C) V, V, F.

D) F, V, F.

E) V, F, V.

Resolução:

Alternativa B.

O Neorrealismo português faz parte da terceira fase do Modernismo em Portugal e apresenta viés ideológico, com crítica sociopolítica.

Questão 2

Assinale a alternativa em que todos os autores apontados fazem parte do Modernismo português.

A) Francisco Rodrigues Lobo, Soror Violante do Céu e António José da Silva.

B) Manuel Maria du Bocage, Marquesa de Alorna, Francisco José Freire.

C) Almeida Garret, Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis.

D) Branquinho da Fonseca, Fernando Pessoa, Alves Redol.

E) Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Antero de Quental.

Resolução:

Alternativa D.

Fernando Pessoa é modernista da primeira fase. Branquinho da Fonseca, da segunda fase. E, por fim, Alves Redol é neorrealista.

Fontes:

COSTA, Edson Tavares. Licenciatura em Letras/ Português: literatura portuguesa. Campina Grande: EDUEPB, 2011.

FITZGIBBON, Vanessa C. Estado e resistência cultural: o caso do Neorrealismo português. Nau Literária, Porto Alegre, v. 9, n. 1, jan./ jun. 2013.

SIVI, João Filipe. A historicidade em A Selva de Ferreira de Castro: receção em contexto angolano. 2018. Dissertação (Mestrado em Estudos Lusófonos) – Artes e Letras, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2018.

VALENÇA, Ana Maria Macedo; RAMOS, Magna Maria de Oliveira; CARVALHO, Maria Leônia Garcia Costa. Literatura portuguesa III. São Cristóvão: UFS, 2011.

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Deseja fazer uma citação?
SOUZA, Warley. "Modernismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescolav3.elav.tmp.br/literatura/modernismo-em-portugal.htm. Acesso em 30 de outubro de 2025.
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