Os desembarques na Normandia foram parte de uma operação militar que aconteceu em 6 de junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa operação, os Aliados organizaram um grande esforço militar e desembarcaram suas tropas na Normandia, região do norte da França, dominada pelos nazistas. Também conhecidos como Dia D, os desembarques fizeram parte da Operação Overlord.
Cerca de 150 mil soldados desembarcaram nas praias da Normandia, buscando não apenas liberar a França do domínio nazista, mas também criar uma nova frente de guerra, que permitiria aumentar o desgaste dos alemães durante o conflito e acelerar a sua derrota. Como resultado da operação, os Aliados iniciaram a libertação da França da ocupação nazista e diminuíram a pressão dos alemães na frente de guerra oriental.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre os desembarques na Normandia
- 2 - O que foram os desembarques na Normandia?
- 3 - Contexto histórico dos desembarques na Normandia
- 4 - Como foram os desembarques na Normandia?
- 5 - Consequências dos desembarques na Normandia
- 6 - Quantas pessoas morreram nos desembarques na Normandia?
- 7 - Exercícios resolvidos sobre desembarques na Normandia
Resumo sobre os desembarques na Normandia
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Os desembarques na Normandia foram parte de uma gigantesca operação anfíbia realizada pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
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Foram parte da Operação Overlord e ocorreram em 06 de junho de 1944.
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Tinham como objetivo principal desembarcar 150 mil soldados em cinco praias para, então, iniciar a retomada da França, território ocupado pelos alemães desde 1940.
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Os desembarques na Normandia também buscavam criar mais uma frente de batalha para aumentar o desgaste alemão e acelerar a sua derrota.
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As cinco praias escolhidas para desembarcar os soldados Aliados foram: Utah, Juno, Sword, Omaha, Gold.
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Essa operação fez com que, ao final de agosto de 1944, cerca de três milhões de soldados Aliados estivessem na França.
O que foram os desembarques na Normandia?
Os desembarques na Normandia foram uma operação anfíbia realizada pelos Aliados no contexto da Segunda Guerra Mundial. Essa operação recebeu o nome de Operação Overlord, resultando nos desembarques de soldados nas praias da Normandia, para retomar essa região e dar início à expulsão dos nazistas da França. Os desembarques de soldados Aliados na Normandia também receberam o nome de Dia D, sendo um dos acontecimentos mais importantes da Segunda Guerra Mundial.
O início dessa operação militar se deu em 6 de junho de 1944, embora sua preparação tenha se iniciado em meados de 1943. Naquele dia, cerca de 150 mil soldados britânicos, canadenses e norte-americanos foram desembarcados na Normandia. A conquista das praias foi o primeiro passo de uma série de desembarques que se estenderia até o final de junho de 1944. Estima-se que os desembarques foram responsáveis por levar cerca de três milhões de soldados Aliados para a França. Esse evento foi importante porque criou uma nova frente de guerra, pressionando mais ainda os alemães e garantindo sua expulsão do território francês.
Contexto histórico dos desembarques na Normandia
O ano de 1943 foi fundamental no cenário da Segunda Guerra Mundial, pois a Alemanha passou de força atacante para força que se defendia, pois seu avanços haviam sido barrados pelos soviéticos, quando os alemães foram derrotados na Batalha de Stalingrado. A frente oriental se tornou extremamente desgastante para a Alemanha, demandando um grande número de recursos e tropas.
A derrota em Stalingrado custou um preço muito alto para a Alemanha, sendo uma virada de chave para o conflito. Daí em diante, a economia alemã não conseguiria mais sustentar o esforço de guerra, colapsando vagarosamente. Em Kursk, os alemães tentaram realizar uma ofensiva, mas com a derrota no norte da África e a chegada dos Aliados na Sicília e no sul da Itália, esta foi desastrosa.
Os alemães, então, tiveram de realocar tropas para reforçar as posições na Itália, fazendo com que Kursk se tornasse mais uma derrota frustrante. Os soviéticos, então, partiram para a ofensiva, recuperando as terras que haviam sido ocupadas pelos alemães e empurrando-os de volta para a Alemanha. Percebendo esse enfraquecimento alemão, Stalin passou a exigir que Estados Unidos e Reino Unido criassem uma frente ocidental para aumentar o desgaste alemão e acelerar a derrota dos nazistas. O planejamento dessa frente se iniciou em 1943 e resultou nos desembarques na Normandia.
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Como foram os desembarques na Normandia?
→ Preparativos para o desembarque
A preparação para realizar os desembarques na Normandia teve início em 1943, sendo que o primeiro passo era despistar a inteligência alemã para que eles não tivessem informações a respeito da Operação Overlord. Sendo assim, os Aliados realizaram a Operação Bodyguard, uma operação militar falsa que convenceu os alemães de que um grande ataque Aliado aconteceria na Noruega e em Calais.
Nessa operação, transmissões de rádio falsas eram realizadas para simular a comunicação entre tropas britânicas. Os alemães interceptaram as mensagens, acreditando de fato que o ataque Aliado viria nesses locais e não na Normandia. Os alemães, inclusive, reforçaram bastante suas posições defensivas em Calais à espera desse ataque.
Os britânicos, particularmente, viam o desembarque de tropas na Normandia com muitas ressalvas. A desconfiança dos britânicos partia do próprio Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, que tinha se espantado com a quantidade de mortos e feridos durante o desembarque de tropas aliadas em Anzio, na Itália. A participação dos britânicos na Operação Overlord foi resultado direto da insistência dos americanos em realizá-la.
Um fator que abalava a confiança dos dois lados eram as ressalvas que americanos e britânicos tinham acerca do real compromisso de Charles de Gaulle, líder da resistência francesa. Um fato não muito conhecido a respeito dos desembarques na Normandia é que, durante sua preparação, parte das tropas americanas e britânicas esteve próxima de se amotinar, pois muitos dos que tinham sido designados para os desembarques na Normandia já haviam lutado em outras frentes da guerra. A insatisfação aumentava porque havia tropas que estavam há meses treinando e ainda não tinham experiência em batalha.
→ As praias do desembarque
Os Aliados fizeram um amplo estudo das condições meteorológicas e das marés para garantir que os soldados seriam desembarcados na Normandia nas melhores condições possíveis. Além disso, o comando Aliado estabeleceu que cinco praias serviriam como pontos de desembarque:
- Utah,
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Omaha,
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Gold,
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Juno e
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Sword.
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Mapa da Normandia
→ Início dos desembarques e invasão da Normandia
Na madrugada do dia 6 de junho de 1944, os Aliados iniciaram uma pesada carga de bombardeios sobre a Normandia. O objetivo Aliado era garantir o desembarque das tropas nas praias mencionadas, permitindo que elas avançassem e conquistassem algumas cidades, com destaque para Caen, cidade bem próxima de algumas das praias escolhidas para o desembarque. Logo depois dos bombardeios, grupos de soldados paraquedistas foram lançados na Normandia com o objetivo de assegurar o controle sobre locais estratégicos, como pontes e estradas.
Por fim, vieram os desembarques: cerca de 150 mil soldados se movimentaram em embarcações; cerca de 1500 tanques foram transportados; foram mobilizados 5300 navios e 12 mil aeronaves para realizarem a operação.
Os combates nas praias foram intensos, com os soldados Aliados encontrando as praias protegidas por estacas de madeira, arames farpados e outras estruturas defensivas. A dificuldade dos desembarques e de tomar as praias fez com que os objetivos imediatos dos Aliados fracassem, pois as tropas não conquistaram cidades próximas, como Bayeux e Caen.
No primeiro dia, os Aliados conseguiram estabelecer um pequeno perímetro ao redor das praias, ampliando-os nos dias seguintes. A cidade de Caen, por sua vez, só foi conquistada em 21 de julho. Os soldados Aliados continuaram chegando à Normandia, tendo 300 mil desembarcado até 7 de junho e mais de 3 milhões até o final de agosto.
Consequências dos desembarques na Normandia
Os desembarques de tropas Aliadas na Normandia foram um dos episódios mais importantes da Segunda Guerra Mundial, pois aceleraram a derrota alemã. Isso porque em 1944, a Alemanha já estava em colapso, mas a criação de uma nova frente de guerra aumentou a pressão sobre os alemães, enfraquecendo-os ainda mais. A partir dos desembarques na Normandia, os Aliados conseguiram dar início à liberação da França, ocupada pelos nazistas desde 1940. A nova frente também contribuiu, um pouco, para diminuir a pressão dos alemães na frente de guerra oriental.
Quantas pessoas morreram nos desembarques na Normandia?
Os desembarques na Normandia resultaram na morte de cerca de 10 mil soldados Aliados e em cerca de 4000 a 9000 soldados alemães mortos.
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Exercícios resolvidos sobre desembarques na Normandia
Questão 01
A respeito dos desembarques na Normandia, selecione a alternativa correta.
a) Os desembarques foram parte de um esforço para criar uma frente de guerra na Europa Ocidental.
b) Tinham como objetivo permitir a conquista de Paris em 72 horas.
c) A operação contou com o desembarque de um milhão de soldados em 24 horas.
d) Aconteceram na região de Calais.
e) A operação não contou com o apoio soviético, que desejava manter o protagonismo na guerra.
Resposta: Letra A
Os desembarques de tropas Aliadas na Normandia foram planejados para garantir o envio de 150 mil soldados para a França buscando abrir outra frente de guerra na Europa, para aumentar o desgaste alemão e acelerar a derrota dos nazistas.
Questão 02
Qual cidade francesa era um dos objetivos prioritários dos desembarques Aliados na Normandia?
a) Marseille.
b) Toulouse.
c) Strasbourg.
d) Montpellier.
e) Caen.
Resposta: Letra E
A cidade de Caen era um objetivo prioritário dos desembarques na Normandia, pois era uma rota importante para outras partes da França. O objetivo era conquistar a cidade em 24 horas, mas a cidade só foi conquistada efetivamente em 21 de julho.
Fontes
BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.
HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.