Maiúsculas e minúsculas devem ser usadas segundo as regras da gramática normativa. Segundo a Novíssima gramática da língua portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, devemos escrever com letra inicial maiúscula a primeira palavra de período ou citação, os substantivos próprios, título de periódicos, nomes de épocas históricas, datas importantes e festas religiosas, entre outros casos. Já devemos escrever com letra inicial minúscula nomes de meses e festas pagãs, além dos adjetivos gentílicos, entre outros casos.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre maiúsculas e minúsculas
- 2 - Alfabeto maiúsculo e minúsculo
- 3 - Quando usar letras maiúsculas e minúsculas?
- 4 - Casos facultativos
- 5 - Maiúsculas e minúsculas em siglas
- 6 - Exercícios sobre maiúsculas e minúsculas
Resumo sobre maiúsculas e minúsculas
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Escrevemos com letra inicial maiúscula:
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o primeiro termo de período ou citação;
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substantivos próprios;
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nomes de épocas históricas;
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nomes de datas importantes;
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nomes de festas religiosas;
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nomes de altos cargos e dignidades, de forma específica;
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nomes de altos conceitos religiosos ou políticos, de forma específica;
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nomes de estabelecimentos, corporações, órgãos públicos etc.;
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título de periódicos;
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formas de tratamento formal;
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nomes dos pontos cardeais referentes a regiões;
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nome comum personificado.
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Escrevemos com letra inicial minúscula:
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palavra após dois-pontos, desde que não inicie uma citação;
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nomes de meses;
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nomes de festas pagãs;
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adjetivos gentílicos;
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palavras átonas, no interior dos títulos;
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nomes de altos cargos e dignidades, de forma generalizada;
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nomes de altos conceitos religiosos ou políticos, de forma generalizada.
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Alfabeto maiúsculo e minúsculo
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Alfabeto maiúsculo: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.
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Alfabeto minúsculo: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.
Quando usar letras maiúsculas e minúsculas?
→ Uso de letras maiúsculas
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Início de período ou citação:
Não podemos tolerar a intolerância.
Escreveu William Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão”.
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Substantivos próprios: Laura, Suécia, Buda,Urano etc.
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Épocas históricas: Antiguidade, Idade Média, Renascença etc.
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Datas importantes: Dia dos Pais, Dia do Trabalho, Independência do Brasil etc.
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Festas religiosas: Páscoa, Natal etc.
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Estabelecimentos, corporações, órgãos públicos etc.: Ministério da Educação, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil etc.
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Nome de periódicos: Época, Intercept, Superinteressante, Estado de Minas etc.
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Formas de tratamento formal: Vossa Majestade, Senhora Presidenta, Excelentíssimo Senhor Deputado etc.
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Pontos cardeais referentes a regiões (e não direções):
As pessoas do Sul não conseguem entender isso.
A arte do Oriente está conquistando o mundo.
Caminhamos rumo ao leste.
A Esperança caminhava entre nós.
O Desejo está vestido de vermelho.
No mais, apesar de haver possíveis divergências normativas, seguimos as orientações de gramáticos como Cegalla, em sua Novíssima gramática da língua portuguesa, e Bechara, em sua Moderna gramática portuguesa, que defendem o uso de maiúscula para nomear:
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altos cargos e dignidades, de forma específica: Papa, Presidente da República etc.;
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altos conceitos religiosos ou políticos, de forma específica: Igreja, Estado, Império, República etc.
→ Uso de letras minúsculas
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Após dois-pontos, desde que não seja uma citação:
Comprou três coisas: livro, caderno e caneta.
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Meses: janeiro, fevereiro, março etc.
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Adjetivos gentílicos: espanhol, português, tailandês etc.
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Palavras átonas, no interior dos títulos:
Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Entrevista com o Vampiro.
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Altos cargos e dignidades, de forma generalizada:
Foi um papa que disse isso.
Meu tio conheceu um presidente, mas não lembro qual foi.
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Altos conceitos religiosos ou políticos, de forma generalizada:
Ela chegou a frequentar uma ou outra igreja.
Tentava formar um império.
Além disso, os gramáticos Domingos Paschoal Cegalla, em sua Novíssima gramática da língua portuguesa, e Evanildo Bechara, em sua Moderna gramática portuguesa, também defendem o uso de minúscula para nomear:
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festas pagãs: carnaval, festa junina etc.
Casos facultativos
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Nome designativo de rua, praça, edifício ou templo:
Moro na rua Maria Firmina dos Reis.
Moro na Rua Maria Firmina dos Reis.
Eles se encontraram na praça da Liberdade.
Eles se encontraram na Praça da Liberdade.
Comprou um apartamento no edifício Machado de Assis.
Comprou um apartamento no Edifício Machado de Assis.
Chegou à igreja de São Francisco de Assis.
Chegou à Igreja de São Francisco de Assis.
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Nome designativo de santo ou profissional:
Era devota de santa Maria.
Era devota de Santa Maria.
Fez a prova do professor Luciano.
Fez a prova do Professor Luciano.
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Nome de disciplina: Português ou português, Geografia ou geografia, Biologia ou biologia etc.
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Nome de livro (com exceção da letra inicial): O Diário de Anne Frank ou O diário de Anne Frank, A Hora da Estrela ou A hora da estrela etc.
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Nomes comuns que antecedem nomes próprios de acidentes geográficos: lagoa de São Paulo ou Lagoa de São Paulo, rio São Francisco ou Rio São Francisco, ilha do Mel ou Ilha do Mel etc.
Maiúsculas e minúsculas em siglas
Segundo Maria Tereza de Queiroz Piacentini, em sua obra Não tropece na redação, a sigla, tradicionalmente, é escrita com letras maiúsculas, se todas as letras correspondem a uma palavra:
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ABL — Academia Brasileira de Letras;
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CNH — Carteira Nacional de Habilitação;
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ENEM — Exame Nacional do Ensino Médio;
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IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
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ONU — Organizações das Nações Unidas;
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STF — Supremo Tribunal Federal;
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UFMG — Universidade Federal de Minas Gerais.
E apenas a primeira letra da sigla deve estar em maiúscula, se nem todas as letras corresponderem a uma palavra:
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Embrapa — Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
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Funai — Fundação Nacional dos Povos Indígenas;
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Sesc — Serviço Social do Comércio.
Há também siglas mistas, como, por exemplo, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e UnB (Universidade de Brasília).
Por fim, a autora observa que: “Muitos jornais procedem de maneira um pouco diferente, orientando a grafia das siglas pelo seu tamanho e pelo fator pronúncia”. Desse modo, em siglas com até 3 letras, são usadas apenas maiúsculas: BC e CPF, por exemplo.
Já em siglas com quatro letras ou mais, é utilizada só inicial maiúscula se a sigla for pronunciável, como, por exemplo: Masp. Porém, são usadas todas as maiúsculas se a sigla é lida letra por letra, como, por exemplo: CNBB.
Portanto, quem escreve deve optar pela norma tradicional ou pelo uso corrente em jornais.
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Exercícios sobre maiúsculas e minúsculas
Questão 1
Analise os enunciados abaixo e assinale a alternativa em que o uso de maiúscula ou minúscula está INCORRETO.
A) O aniversário de Linda Vitória é em maio. Você sabia, mãe?
B) Na biblioteca havia apenas duas pessoas: o professor e a bibliotecária.
C) Como me tornei estúpido é um livro do francês Martin Page.
D) Nosso cãozinho se chama rex, um nome muito comum, é verdade.
E) Filha, você lembra qual é o número do meu CPF?
Resolução:
Alternativa D.
Rex é um nome próprio e, portanto, deve ser escrito com inicial maiúscula.
Questão 2
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:
( ) Deve ser usada a inicial maiúscula em nome de meses e de épocas históricas.
( ) Deve ser usada a inicial minúscula em início de período ou de citação.
( ) Nomes de jornais e revistas devem ser escritos com inicial minúscula.
A sequência correta é:
A) V, V, V.
B) F, F, F.
C) V, V, F.
D) F, V, F.
E) V, F, V.
Resolução:
Alternativa B.
Deve ser usada a inicial minúscula em nome de meses e maiúscula em nome de épocas históricas. Deve ser usada a inicial maiúscula em início de período ou de citação. Por fim, nomes de jornais e revistas devem ser escritos com inicial maiúscula.
Fontes:
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa: atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa: com a nova ortografia da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
PIACENTINI, Maria Tereza de Queiroz. Não tropece na redação: questões de gramática e estilo. Curitiba: Bonijuris, 2021.