A crase é facultativa nos seguintes casos:
- após a preposição “até”;
- antes de substantivo próprio feminino;
- antes de pronome possessivo singular e
- em locuções adverbiais de instrumento ou meio.
A crase é a contração de duas letras “a”, uma preposição e outra que pode ser o artigo definido “a”, o pronome demonstrativo “a”, o “a” inicial de “aquele”, “aquela”, “aquilo”, ou ainda de “a qual”. Quando ocorre a contração, há também o uso do acento grave (`). Na gramática, há regras que ditam o uso obrigatório, proibido e facultativo da crase.
Leia também: 5 dicas importantes sobre o uso da crase
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre crase facultativa
- 2 - Videoaula sobre crase facultativa
- 3 - Casos em que a crase é facultativa
- 4 - Exemplos de crase facultativa
- 5 - Crase obrigatória
- 6 - Exercícios resolvidos sobre crase facultativa
Resumo sobre crase facultativa
- Há quatro casos principais de crase facultativa: depois da preposição “até”; antes de nome próprio feminino; antes de pronome possessivo singular e em locuções adverbiais de instrumento ou meio.
- A crase é obrigatória em locuções de base feminina, antes de substantivos femininos, para indicar hora exata etc.
- A crase é um fenômeno de contração entre a preposição “a” e outra vogal “a”, que pode ser o artigo definido “a”, o pronome demonstrativo “a”, o “a” inicial de “aquele”, “aquela”, “aquilo” ou ainda de “a qual”.
- A crase obedece a regras gramaticais específicas, que ditam o seu uso obrigatório, proibido ou facultativo.
Videoaula sobre crase facultativa
Casos em que a crase é facultativa
A crase é o fenômeno de contração entre a preposição “a” e outro “a”, que pode ser o artigo definido “a”, o pronome demonstrativo “a”, o “a” inicial de “aquele”, “aquela”, “aquilo”, ou ainda de “a qual”.” É graficamente representada pelo uso do acento grave (`).
Existe um conjunto de regras que orientam a presença ou ausência da crase, mas há também casos em que essa decisão será facultativa, ou seja, as duas possibilidades são aceitas. Abaixo segue uma lista das situações em que a crase é facultativa.
1. Depois da preposição "até" seguida de substantivo feminino
Fomos até a/à praia com aquele casal de amigos.
Corremos até a/à praça central do bairro.
2. Antes de pronome possessivo no singular
Ela ofereceu a cadeira a/à sua vizinha.
Pedimos uma nova chance a/à nossa professora.
Atenção! Quando o pronome possessivo for sucedido de uma expressão que indica grau de parentesco, não deve ocorrer crase:
Ela entregou a bolsa a sua avó.
3. Antes de nome próprio feminino
Contei a/à Carla nossa discussão.
Entreguei a/à Marina a ficha de inscrição.
4. Em locuções adverbiais de meio ou instrumento
Este é um caso especial, pois não há consenso entre os gramáticos. Alguns julgam o uso da crase como facultativo, outros como obrigatório.
Fizemos o trabalho a/à mão
A carta foi escrita a/à caneta
Veja também: Crase e regência — como essa relação afeta o uso ou a ausência de acento grave
Exemplos de crase facultativa
- Hoje entregarei o meu presente a/à minha namorada.
- Ela disse que ia até a/à biblioteca buscar o livro da disciplina, antes que acabassem os exemplares disponíveis.
- A turma organizou uma belíssima homenagem a/à Ana Clara.
- Vou explicar a situação a/à sua supervisora com cuidado, fique tranquilo.
- Como você já sabe, contei a verdade a/à nossa gerente.
- Caminhei até a/à praça principal da cidade, pois ficava muito próxima ao hotel em que nos hospedamos.
- Eu estava muito chateada, cheguei até a/à porta da casa dela e parei, pensei, depois optei por voltar pra casa.
- Os novos funcionários entregaram os documentos a/à nossa coordenadora.
- Depois de receber o comunicado, fui até a/à escola conversar com a diretora.
- Mandei um recado ontem de manhã a/à Camila, mas até agora não obtive nenhum retorno.
Crase obrigatória
Como dito anteriormente, segundo as gramáticas normativas, a crase é obrigatória em alguns casos, por exemplo:
1. Palavras femininas antecedidas pelo artigo feminino "a"
Vou à escola resolver a situação da matrícula.
Entreguei sua prova à professora.
2. Pronome demonstrativo (aquele, aquela)
Levei minha mãe àquele lugar que recomendaste.
Não recorra àquela menina, pois ela sempre deixa a pessoa na mão.
3.Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e prepositivas com núcleo feminino
À medida que treino, fico mais disposto e calmo.
Às vezes nos encontramos no prédio da empresa.
4. Locução prepositiva “à moda de, à maneira de”, explícita ou implícita na frase
Comi uma caça à [moda] espanhola anteontem.
Ontem jantei um bacalhau à [maneira de] Gomes de Sá.
4. Diante de hora exata
Trabalho das 2h às 18h.
A reunião será às 18h30min.
Saiba mais: Crase na indicação de horas — quando usar e quando não usar
Exercícios resolvidos sobre crase facultativa
1. (Upenet – Jucepe – Técnico – 2012) Em “Bem-vindos à Feira de Caruaru”, a crase é obrigatória. Em qual das alternativas abaixo, o uso da crase É FACULTATIVO?
a) A Feira de Caruaru é atração devido à grande diversidade lá existente.
b) Na Feira de Caruaru, tudo está à venda.
c) Em feiras, como a de Caruaru, vendem-se coisas às pessoas de diferentes classes sociais.
d) Nas cidades de pequeno comércio, há mais pagamentos à vista.
e) Todos os dias, os comerciantes da Feira de Caruaru permanecem até às 18h.
Resposta: E
Comentário: Na frase da alternativa E, a crase está sendo utilizada após a preposição “até”, ou seja, seu uso é opcional.
2. (Consulplan – Pref. São Domingos Prata/MG – Assistente Social – 2012) O uso do acento grave indicativo de crase é obrigatório em “vem à cabeça da maioria das pessoas”. O mesmo ocorre em:
a) Sempre aspirou a tal emprego.
b) Eles aspiravam a altos cargos.
c) Disse que aspirava a ser médico.
d) O jovem aspirava a notoriedade.
e) Aspirava a uma posição mais brilhante.
Resposta: D
Comentário: Na alternativa D, a crase é obrigatória pois o verbo “aspiravam” exige a preposição “a” e é seguido do substantivo feminino “notoriedade”. Nas demais alternativas, há outras expressões que impedem a crase: na alternativa A, o termo “tal”; na alternativa B, o termo masculino “altos cargos”; na alternativa C, o verbo “ser”; na alternativa E, o artigo indefinido “uma”.
Fontes
BECHARA, Evanildo. Gramática fácil. 4.ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2021.
Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Companhia Editora Nacional, s/d.
Cunha, Celso; Cintra, Luís F. L. Nova gramática do português contemporâneo, 5 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
CUNHA, Celso. Nova gramática do português contemporâneo [recurso eletrônico]. 7.ed. Rio de Janeiro : Lexikon, 2017.
