Getúlio Vargas: quem foi, resumo, história, morte - Brasil Escola

Getúlio Vargas

Getúlio Vargas foi o presidente que mais tempo ficou no poder. Cometeu suicídio em 1954.

Retrato oficial de Getúlio Vargas como presidente do Brasil.
Retrato oficial de Getúlio Vargas como presidente do Brasil.
Crédito da Imagem: Wikimedia Commons
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Getúlio Vargas foi um militar e político brasileiro. Iniciou sua trajetória política no começo do século XX, quando ingressou no Partido Republicano Rio-Grandense, subindo degraus na política local e, depois, tornando-se figura importante no cenário nacional.

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Tornou-se presidente do Brasil por meio da Revolução de 1930 e governou de maneira centralizadora, sendo forçado a renunciar quinze anos depois de ter assumido. Assumiu o poder em um segundo governo, em 1951, mas acabou cometendo suicídio, em 1954, durante uma intensa crise política.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Getúlio Vargas

  • Getúlio Vargas foi um militar e político brasileiro.
  • Foi uma das figuras políticas mais importantes da história do Brasil.
  • Iniciou na política durante sua juventude, integrando o Partido Republicano Rio-Grandense.
  • Assumiu a presidência em 1930, mantendo-se no poder por 15 anos.
  • Seu governo foi responsável pela modernização, institucionalização e industrialização do Brasil.
  • Ele também foi conhecido por suas tendências autoritárias, mantendo uma ditadura entre 1937 e 1945.
  • Cometeu suicídio em 1954 durante o seu segundo governo.

Videoaula sobre Getúlio Vargas

Quem foi Getúlio Vargas?

Getúlio Vargas foi um político brasileiro nascido no Rio Grande do Sul, sendo um dos nomes mais marcantes da história brasileira no século XX. Foi presidente do Brasil em duas ocasiões, e seu primeiro governo teve duração de 15 anos (de 1930 a 1945), e o segundo governo, de três anos (de 1951 a 1954).

Nasceu em uma família de estancieiros e fazia parte de uma das oligarquias dominantes de seu estado. Ingressou na política ainda jovem e assumiu a presidência em 1930 por meio de um levante armado.

Os quinze anos do primeiro governo de Getúlio Vargas são muito controversos por posturas conflitantes do próprio Vargas. De toda forma, é visto como um político importante para a modernização e institucionalização do Brasil, embora ele tenha governado de maneira personalista e centralizadora. Ao ser destituído de seu primeiro governo, em 1945, manteve-se na política, sendo eleito presidente em 1950.

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Onde nasceu Getúlio Vargas?

Getúlio Dornelles Vargas é originário da cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul, tendo nascido no dia 19 de abril de 1882.

Infância de Getúlio Vargas

Getúlio Vargas nasceu em uma família de estancieiros de São Borja e que possuía uma grande importância na política gaúcha. Seu pai se chamava Manuel do Nascimento Vargas, sendo um ex-combatente da Guerra do Paraguai e um estancieiro, enquanto sua mãe se chamava Cândida Dornelles.

O pai de Vargas era uma figura importante do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), tendo também combatido durante a Revolução Federalista. Getúlio Vargas, por sua vez, teve sua educação primária realizada em sua cidade natal, mas a partir de 1897 foi para Ouro Preto, em Minas Gerais, mas ficou apenas um ano na cidade mineira.

Juventude

Em 1898, Getúlio Vargas decidiu ingressar no Exército, solicitando uma vaga em uma escola militar em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. No ano seguinte, ele se alistou no 6º Batalhão de Infantaria de São Borja e, por conta de seu serviço, conseguiu vaga na escola militar de Rio Pardo. Em 1902, abandonou a escola militar.

Em 1903, chegou a ser enviado a Corumbá, atual Mato Grosso do Sul, por conta do desentendimento entre Brasil e Bolívia pelo Acre. A questão foi resolvida pacificamente e Getúlio Vargas decidiu abandonar a carreira militar, ingressando na Faculdade de Direito de Porto Alegre, em 1904.

Foi na Faculdade de Direito que teve contato intenso com o cenário político gaúcho, ingressando no Partido Republicano Rio-Grandense em 1907. Tinha início a trajetória política desse que foi um dos grandes políticos da história recente do Brasil.

Casamento

Getúlio Vargas e Darcy Sarmanho, sua esposa.
Em 1911, Vargas casou-se com Darcy Sarmanho, filha de um estancieiro gaúcho. [1]

Getúlio Vargas teve uma única esposa: Darcy Lima Sarmanho. O casamento aconteceu em 4 de março de 1911, quando Darcy possuía apenas 15 anos de idade. Ela era filha de um estancieiro de São Borja chamado Antônio Sarmanho.

O casamento foi arranjado como um ato de reconciliação das famílias dos dois noivos, pois cada uma apoiava um grupo político diferente. Eles ficaram casados até 1954, ano em que Getúlio Vargas faleceu. Ao longo de sua vida, no entanto, o político gaúcho manteve uma série de casos extraconjugais.

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Filhos de Getúlio Vargas

Ao longo de sua vida Getúlio Vargas teve cinco filhos, sendo que todos eles foram com sua esposa Darcy. Os filhos de Getúlio Vargas se chamavam:

  • Lutero Vargas (1912-1989);
  • Alzira Vargas (1914-1992);
  • Jandira (1913-1980);
  • Manuel Vargas (1917-1997);
  • Getúlio Filho (1920-1943).

Carreira política de Getúlio Vargas

Getúlio Vargas e Darcy Sarmanho, sua esposa. Getúlio Vargas com criança no colo e rodeado de pessoas.
Getúlio Vargas (no centro da imagem com uma criança no colo) foi presidente do Brasil entre 1930-1945 e 1951-1954.[1]

A trajetória política de Vargas começou a nascer quando ele decidiu ingressar na Faculdade de Direito de Porto Alegre, em 1904. Durante a sua graduação, Vargas fez parte do Bloco Acadêmico Castilhista, o que lhe aproximou do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). O candidato apoiado por Vargas — Carlos Barbosa Gonçalves — acabou elegendo-se presidente (governador) do Rio Grande do Sul.

A aproximação de Vargas com o PRR e com o grande nome desse partido no Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, foi extremamente importante porque garantiu a entrada de Vargas na política gaúcha. Em 1908, elegeu-se deputado estadual do Rio Grande do Sul e abandonou sua função de segundo promotor público no Tribunal de Porto Alegre.

Como deputado estadual do PRR, Vargas cumpriu o mandato e foi eleito para um segundo mandato em 1913. Um desentendimento com Borges de Medeiros fez com que Vargas renunciasse ao seu cargo de deputado estadual, só retornando para a função em 1917, depois de ser novamente eleito.

O retorno de Vargas à vida política ocorreu pela reaproximação com Borges de Medeiros. Depois de ser eleito em 1917, foi reeleito em 1921. O novo mandato como deputado estadual foi interrompido porque Vargas foi eleito deputado federal em 1922. Em 1923, estourou uma guerra civil no Rio Grande do Sul e Vargas foi enviado por Borges de Medeiros como tenente-coronel.

Vargas acabou não se envolvendo em batalha e retornou ao Rio de Janeiro, ainda em 1923, para cumprir seu mandato de deputado federal. Em 1926, Washington Luís tornou-se presidente do Brasil e, durante esse governo, Vargas foi nomeado para ocupar o Ministério da Fazenda, posição que ocupou entre 1926 e 1927.

Ainda em 1927, Getúlio Vargas foi escolhido por Borges de Medeiros como seu sucessor na disputa do governo do Rio Grande do Sul. Vargas acabou sendo eleito e assumindo como presidente de estado (governador) em 1928. Percebe-se, portanto, que a carreira política de Vargas deu uma guinada na década de 1920.

Ele deixou de ser uma figura de importância política no contexto estadual gaúcho, tornando-se uma figura proeminante na política nacional e ocupando um ministério no governo de Washington Luís. A projeção de Vargas fez com que ele fosse escolhido para participar da eleição presidencial de 1930. A Revolução de 1930 levou a carreira política de Vargas a um novo patamar.

Tudo começou quando o presidente Washington Luís resolveu romper o acordo de sucessão presidencial e, em vez de indicar um sucessor mineiro, acabou indicando um sucessor paulista — Júlio Prestes. Isso, naturalmente, enfureceu a oligarquia mineira, que se aliou com a oligarquia gaúcha, decidindo, juntas, lançar Vargas como concorrente de Júlio Prestes.

Getúlio Vargas concorreu pela chapa que ficou conhecida como Aliança Liberal e acabou sendo derrotado por Júlio Prestes. A Aliança Liberal, insatisfeita com a derrota, passou a conspirar contra o governo e iniciou uma revolta quando o vice da chapa de Vargas, João Pessoa, foi assassinado em uma confeitaria em Recife.

Essa revolta, que ficou conhecida como Revolução de 1930, foi iniciada no começo de outubro. No fim desse mês, Washington Luís já tinha renunciado à presidência. Além disso, Júlio Prestes foi impedido de assumir a presidência, e uma junta governativa convidou Getúlio Vargas a assumir como presidente do Brasil provisoriamente. Esse evento marcou o fim do período conhecido como Primeira República.

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Governos de Vargas

Quando Vargas assumiu a presidência, ninguém obviamente tinha ideia de que se iniciava um período de quinze anos do político gaúcho na presidência do Brasil. Esses 15 anos são conhecidos como Era Vargas e foram divididos pelos historiadores em distintas fases:

O governo de Vargas ficou marcado pelo caráter personalista, que teve como grandes características:

  • a centralização do poder;
  • a imposição de uma política voltada aos trabalhadores;
  • e a capacidade de Vargas de negociação política para manter grupos distintos como aliados de seu governo.

Vargas também realizou alguns incentivos para o desenvolvimento industrial e modernização do país, mas sua trajetória na presidência caminhou para a construção de um regime autoritário. Além disso, importante mencionar que Vargas teve um segundo governo na presidência do Brasil. Isso aconteceu após a eleição de 1950.

Em 1945, Vargas foi deposto da presidência, mas foi eleito senador. Ele permaneceu como figura política importante e se candidatou à eleição de 1950, saindo como vencedor. Esse segundo governo de Getúlio Vargas aconteceu em um contexto de democratização do Brasil, com esse governo sendo marcado pelo investimento em industrialização e pela política desenvolvimentista.

  • Governo Provisório (1930-1934)

No Governo Provisório, como o próprio nome sugere, Vargas deveria ter sido apenas um presidente provisório, o qual organizaria uma Constituinte e uma eleição para eleger um novo presidente. Os desejos de Vargas, por sua vez, não estavam alinhados com os do grupo que o colocou na presidência.

As ações de Vargas foram no caminho da centralização do poder e da imposição de um regime autoritário. O Poder Legislativo foi dissolvido de suas funções a níveis regionais e também a nível nacional, e as iniciativas de realização de uma nova Constituição e, por conseguinte, de uma eleição presidencial foram deliberadamente retardadas por Vargas.

A ideia de Vargas era reformar totalmente o sistema político, de forma a enfraquecer as elites regionais do Brasil e, assim, manter-se no poder a longo prazo. Vargas teve de lidar com a oposição de grupos insatisfeitos com sua política e enfrentou uma revolta paulista na Revolução Constitucionalista de 1932.

Em outubro de 1932, conseguiu assegurar a vitória sobre os paulistas, mas, mesmo vitorioso, realizou concessões que inauguraram uma nova fase do seu governo. Vargas convocou eleição para formação de uma Constituinte, e esta, quando formada, promulgou a Constituição de 1934. Vargas conseguiu prolongar-se no poder ao ser reeleito indiretamente para presidente por mais quatro anos.

  • Governo Constitucional (1934-1937)

Getúlio Vargas e Darcy, sua esposa, durante um evento no Rio de Janeiro, em 1935.[1]
Getúlio Vargas e Darcy, sua esposa, durante um evento no Rio de Janeiro, em 1935.[1]

O Governo Constitucional, aparentemente, deveria ter sido a fase em que Vargas governaria o Brasil de maneira democrática, mas o cenário radicalizado da política brasileira fez com que o presidente impusesse sua estratégia de implantar um Estado autoritário com o poder concentrado em suas mãos.

Vargas enfrentou a atuação de grupos políticos de orientação fascista, como o integralismo, e comunista, como a Intentona Comunista. Por essa razão, ele acelerou a tomada de medidas autoritárias para conter a “ameaça comunista”. Vargas conseguiu explorar o temor da população com o comunismo para impor seu autoritarismo.

Tudo isso culminou no plano de Vargas para permanecer no poder. Em 1938, aconteceria eleição presidencial no Brasil e Vargas não poderia concorrer à reeleição. Então, Vargas utilizou-se do Plano Cohen, um documento falso sobre uma suposta revolta comunista, para realizar um autogolpe no país. A eleição de 1938 foi anulada, Vargas impôs uma Constituição autoritária e iniciou o Estado Novo.

  • Estado Novo (1937-1945)

O Estado Novo foi a fase mais autoritária da carreira de Getúlio Vargas, o que fez dele o único civil a governar o país durante uma ditadura. Contou com o apoio do Exército, e seu governo possuía algumas características que o aproximavam do fascismo, embora o Estado Novo não tenha sido de fato um regime fascista.

Vargas tentou, durante esse período, implantar um projeto de modernização do país à força. Além disso, qualquer tipo de oposição não era tolerado pelo presidente, que implantou um grande aparato de repressão. A censura era algo importante na manutenção dessa ditadura, e o próprio Vargas criou uma agência que cumpria esse papel: o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).

Nesse período, Vargas também negociou diretamente com o governo americano para que os Aliados contassem com o apoio do Brasil na Segunda Guerra Mundial. E sustentou-se contando com o apoio do Exército, mas quando este começou a distanciar-se de Vargas, o presidente foi perdendo poder. O próprio Exército forçou Vargas a renunciar à presidência em 1945.

  • Segundo governo de Vargas (1951-1954)

Getúlio Vargas em visita a Minas, poucos dias antes de cometer suicídio em 1954. [1]
Getúlio Vargas em visita a Minas, poucos dias antes de cometer suicídio em 1954. [1]

Depois de renunciar, Vargas não se afastou da política e manteve-se como uma figura presente, preparando o caminho para que pudesse retornar à presidência no momento certo. O primeiro passo foi ordenar a criação de um partido — o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) —, que orbitaria sobre seu legado político.

Além disso, Vargas aproximou-se do Partido Social Democrático (PSD), apoiando o candidato desse partido (Eurico Gaspar Dutra) à presidência. Vargas acabou sendo eleito senador pelo Rio Grande do Sul pela legenda do PSD. Entre 1946 e 1949, Vargas dividiu seu tempo entre sua casa no Rio Grande do Sul e a política.

Vargas montou sua estratégia para a eleição presidencial de 1950 de maneira perfeita. Aproximou-se de Ademar de Barros, um político que tinha ganhado influência em São Paulo, e conseguiu vencer seus adversários, que foram Cristiano Machado (PSD) e Eduardo Gomes (UDN). Foi eleito com quase 49% dos votos.

O segundo governo de Vargas foi, portanto, democrático, e ele tentou governar dentro dos limites constitucionais. Todavia, a oposição da União Democrática Nacional (UDN) fez com que esse período ficasse marcado por crises políticas. Antes mesmo de ser empossado, a UDN já criava obstáculos para o político gaúcho.

Nesse governo, Vargas procurou defender uma política econômica nacionalista que dava prioridade para que a exploração dos recursos nacionais fosse realizada por empresas estatais e que o capital estrangeiro tivesse influência reduzida. Também defendia que o Estado deveria interferir constantemente na economia como forma de garantir o desenvolvimento econômico do país.

Procurou reforçar a aproximação dos trabalhadores como forma de garantir sustentação ao seu governo, mas fracassou. A crise política e os ataques da UDN enfraqueceram o governo de Vargas. Em 1954, um dos opositores políticos de Vargas, chamado Carlos Lacerda, sofreu um atentado e descobriu-se que o mandante era o chefe de segurança do palácio presidencial.

Isso foi um verdadeiro escândalo nacional e amplificou a crise do governo. Vargas ficou acuado com os ataques e os pedidos de renúncia. No dia 24 de agosto, em seu quarto no Palácio do Catete, Vargas atirou contra o próprio coração e, assim, pôs fim a sua vida.

O que marcou o Governo Vargas?

Getúlio Vargas é uma figura política complexa e controversa. Indiscutivelmente, é visto pelos historiadores como uma figura fundamental na modernização e institucionalização do Brasil, pois investiu pesadamente na industrialização, reduzindo a dependência do Brasil da agricultura e das commodities, além de ter investido no desenvolvimento e povoação de zonas do interior do país.

Getúlio Vargas criou o Ministério da Educação, permitindo que houvesse um maior cuidado institucional com esse assunto no país; e criou a Justiça Eleitoral, permitindo que as mulheres tivessem direito ao voto e abrindo o caminho para a realização de eleições limpas e justas em nosso país.

Getúlio Vargas também foi quem estabeleceu uma série de avanços na área trabalhista, consolidando direitos básicos aos trabalhadores brasileiros. Seus governos também promoveram melhorias no serviço público, no Judiciário e foi o primeiro governo a atuar diretamente para a preservação do patrimônio histórico.

Entretanto, Getúlio Vargas foi marcado por ser um político autoritário, sobretudo no seu primeiro governo, quando realizou um autogolpe, em 1937, dando início à ditadura do Estado Novo. Essa ditadura ficou marcada pela censura, pelo uso da violência contra dissidentes, pela tortura e por cometer flagrantes violações, como a deportação de Olga Benário para a Alemanha nazista.

O que Getúlio Vargas fez de importante?

Entre as ações importantes tomadas por Getúlio Vargas ao longo de sua trajetória política e nos anos que ele esteve na presidência, destacam-se:

  • criação do Ministério da Educação;
  • criação da Justiça Eleitoral;
  • direito feminino ao voto;
  • consolidação das leis do trabalho;
  • criação da Justiça do Trabalho;
  • industrialização do Brasil;
  • incentivo à ocupação e desenvolvimento do interior do Brasil;
  • criação da Petrobras;
  • estabelecimento do salário mínimo, etc.

Morte de Getúlio Vargas

Traslado do corpo de Getúlio Vargas do Rio de Janeiro para o enterro em São Borja.
Traslado do corpo de Getúlio Vargas do Rio de Janeiro para o enterro em São Borja.

Getúlio Vargas cometeu suicídio no dia 24 de agosto de 1954, quando atirou no próprio coração em seu quarto no Palácio do Catete. O suicídio de Getúlio Vargas foi resultado da crise política que se arrastou no governo dele e as críticas ferozes feitas pelo seu maior opositor, o jornalista Carlos Lacerda.

Antes de cometer suicídio, Getúlio Vargas deixou uma carta-testamento na qual defendia o seu governo dos ataques que sofria. Em um dos trechos, Vargas mencionou o seguinte:

Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.|1|

O funeral de Vargas mobilizou milhares de pessoas, e o clima de comoção que se espalhou pelo Rio de Janeiro forçou os opositores de Vargas a recuarem. O pivô da crise, Carlos Lacerda, acabou fugindo do Brasil. Depois do suicídio de Vargas, o legado político do varguismo foi continuado por meio de João Goulart, conforme apontam muitos historiadores.

Quanto tempo Getúlio Vargas ficou na presidência?

No seu primeiro governo, Getúlio Vargas ficou praticamente 15 anos na presidência, assumindo em 3 de outubro de 1930 e sendo deposto em 29 de outubro de 1945. O seu segundo governo, por sua vez, iniciou-se em 31 de janeiro de 1951, encerrando-se em 24 de agosto de 1954 com o seu suicídio. Foram 18 anos na presidência, portanto.

Legado de Getúlio Vargas

Como já citado, Getúlio Vargas é visto como uma das figuras mais importantes da história brasileira no século XX. Seu legado é grande e controverso, uma vez que promoveu a modernização, desenvolvimento e institucionalização do país, mas é considerada uma figura polêmica por ter tido um histórico de autoritarismo, sobretudo no Estado Novo.

Homenagens a Getúlio Vargas

A importância de Getúlio Vargas para a história do Brasil rendeu a ele inúmeras homenagens. Primeiramente, a Fundação Getúlio Vargas mantém em seu acervo todos os pertences e arquivos pessoais de Getúlio Vargas. Além disso, existem três municípios no Brasil que levam em seus nomes homenagens a esse político, além de diversos topônimos espalhados pelo país levarem o nome de Vargas.

As cidades que levam nomes em homenagem a Getúlio Vargas são:

  • Getúlio Vargas (RS);
  • Presidente Getúlio (SC);
  • Presidente Vargas (MA).

Getúlio Vargas também foi considerado Patrono dos Trabalhadores do Brasil, honraria que foi estabelecida pela Lei nº 7.470/1986, e foi incluído no Livro dos Heróis da Pátria pela Lei nº 12.326/2010.

Curiosidades sobre Getúlio Vargas

  • Getúlio Vargas tinha apenas 1,60 metro de altura.
  • Estima-se que um milhão de pessoas tenham saído às ruas do Rio de Janeiro para acompanhar o velório de Getúlio Vargas.
  • Getúlio Vargas teve um caso extraconjugal com Aimeé Lopes, esposa de seu amigo Luiz Simões Lopes.
  • Ficou popularmente conhecido pelo apelido de “pai dos pobres”.

Exercícios sobre Getúlio Vargas

Questão 01

Com a ascensão de Getúlio Vargas, o estado de São Paulo foi o que mais perdeu politicamente, vendo seu protagonismo político ser tomado pelo político gaúcho. Isso motivou uma rebelião do estado de São Paulo que recebeu o nome de:

a) Intentona Comunista.

b) Coluna Prestes.

c) Intentona Integralista.

d) Revolução Constitucionalista.

e) Revolução de 1930.

Resposta: Letra D.

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi o levante realizado pelo estado de São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas. A pauta da constitucionalização foi utilizada como justificativa para uma revolta que se estendeu de 9 de julho a 2 de outubro de 1932, resultando na derrota do estado de São Paulo.

Questão 02

O movimento que surgiu espontaneamente em 1945 em defesa de Getúlio Vargas e que exigia sua permanência no poder do Brasil recebeu qual nome?

a) Queremismo.

b) Trabalhismo.

c) Varguismo.

d) Populismo.

e) Getulismo.

Resposta: Letra A.

O queremismo foi um movimento popular e espontâneo que surgiu em 1945 e se caracterizou pela defesa de Getúlio Vargas. Os apoiadores do Queremismo se opunha a saída de Getúlio Vargas, possuindo como lema “Queremos Vargas”.

Notas

|1| A Carta-Testamento de Getúlio Vargas (1882-1954): genericidade e organização textual no discurso político. Disponível em: https://revistas.usp.br/flp/article/view/59915/63024.

Créditos das imagens

[1] FGV/CPDOC

Fontes

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio a Castello (1930-1964). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

BRANDI, Paulo. Getúlio Vargas. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/brasilia/dhbb/Getulio%20Vargas.pdf

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
Deseja fazer uma citação?
SILVA, Daniel Neves. "Getúlio Vargas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescolav3.elav.tmp.br/biografia/getulio-vargas.htm. Acesso em 09 de setembro de 2025.
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Exercício 1

As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling definem um projeto político relacionado a Vargas da seguinte maneira:

“[Esse projeto político] identificava na questão social o grande problema das massas trabalhadoras no Brasil, entendia que a solução para essa questão exigia a intervenção do Estado, e enxergava na legislação social introduzida nos anos 1930 a base de um amplo programa de reformas que se propunha a oferecer proteção legal ao trabalhador.”

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 394.

Esse projeto político relacionado ao ex-ditador foi muito forte no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), nas décadas de 1950 e 1960, e foi adotado por políticos da época, como Leonel Brizola e João Goulart. Estamos falando do:

a) comunismo

b) socialismo

c) populismo

d) fascismo

e) trabalhismo

Exercício 2

“O sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 401.

Essa frase foi dita por um dos grandes nomes de oposição a Vargas na década de 1950. Era membro da União Democrática Nacional (UDN), foi governador e alvo de um atentado. Referimo-nos a:

a) Jânio Quadros

b) Carlos Lacerda

c) Ademar de Barros

d) Eduardo Campos

e) Juarez Távora

Exercício 3

A Revolução de 1930 foi o acontecimento responsável por levar Getúlio Vargas à presidência do Brasil. O nascimento da Revolução de 1930 tem relação direta com o governo de Washington Luís, pois:

a) o presidente aumentou impostos sobre o leite que era produzido pela oligarquia mineira.

b) o presidente barrou a posse de Getúlio Vargas para a presidência do estado do Rio Grande do Sul.

c) membros do governo mandaram assassinar João Pessoa, aliado político de Vargas.

d) o presidente recusou-se a nomear um candidato mineiro na eleição presidencial de 1930.

e) o presidente dissolveu o Congresso e anulou a eleição de 1930.

Exercício 4

Qual acontecimento da década de 1930 possibilitou a Vargas explorar o anticomunismo para construir o autoritarismo que o permitiu dar o golpe do Estado Novo em 1937?

a) Intentona Comunista

b) Coluna Prestes

c) Intentona Integralista

d) Revolução Constitucionalista de 1932

e) Surgimento do Queremismo

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