A hipervitaminose é a condição de excesso de vitaminas no corpo a ponto de se tornar prejudicial para a saúde. Essa alta dose de vitaminas não costuma ser oriunda da alimentação natural, mas sim do uso inadequado e/ou prolongado de suplementos vitamínicos, explica Victor Andrade Regis, médico nutrólogo do Hospital Santa Marcelina.
As vitaminas são moléculas orgânicas consideradas essenciais para a saúde humana e podem ser absorvidas por meio dos alimentos, afirma a professora de Biologia Vanessa Sardinha.
Essas substâncias são utilizadas para o funcionamento adequado do organismo e atuam em diferentes ações como o caso de catalisadores de reação, garantindo que as reações químicas no corpo aconteçam de forma rápida com economia de energia, exemplifica Vanessa.
Saiba mais: O que são as vitaminas e sua importância
Riscos da hipervitaminose à saúde
O excesso de vitaminas pode provocar sérios riscos à saúde, especialmente em vitaminas armazenadas no próprio corpo (por exemplo, as vitaminas A, D, E e K). Confira os riscos elencados por Victor Andrade:
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Fígado: sobrecarga e lesões.
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Rins: formação de cálculos e até insuficiência renal.
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Ossos e coração: alterações de cálcio no sangue que podem comprometer esses órgãos.
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Sistema nervoso: alguns excessos causam dormências, fraqueza e alterações neurológicas.

Crédito: Divulgação.
Os sintomas dependem de quanto tempo e da quantidade das vitaminas excedentes. Em situações mais graves, a hipervitaminose pode causar insuficiências orgânicas, como a renal e questões cardíacas, afirma o nutrólogo Andrea Bottoni, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Altas doses de vitamina A podem causar no corpo problemas hepáticos que podem ser ter diferentes níveis de gravidade, podendo causar icterícia, especifica Andrea.
No caso da vitamina D, quando em excesso no organismo pode causar aumento de forma exagerada de íons de cálcio que ao serem depositados em artérias e órgãos como o rim pode provocar lesões permanentes, explica Helio Vannucchi, professor de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) ao jornal da instituição.
O professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP afirma que o recomendado são 600 unidades internacionais diárias, oriundas de fontes alimentares, e 800 para gestantes e idosos. Quanto à exposição solar, 15 minutos diários são suficientes para que organismo retenha a quantidade essencial da vitamina D, completa Helio.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Cuidados com a suplementação de vitaminas
- 2 - Sintomas da hipervitaminose
- 3 - Tratamento da hipervitaminose
- 4 - Videoaula sobre vitaminas
Cuidados com a suplementação de vitaminas
A nutricionista Juliana Alves chama a atenção para o problema da suplementação por conta própria, sem orientação, o que pode aumentar o risco de provocar a hipervitaminose.
"O ideal é sempre procurar um médico ou nutricionista, um profissional habilitado dessa área, antes de usar qualquer suplemento. Só com uma avaliação adequada conseguimos saber se realmente há deficiência, qual a dose necessária e por quanto tempo usar. Suplemento não é igual balinha, não deve ser usado de forma indiscriminada. Informação e acompanhamento são a chave para que a suplementação seja segura e traga benefícios de verdade."
Juliana Alves - Nutricionista

Crédito: Arquivo.
Sintomas da hipervitaminose
Entre os sintomas mais comuns da hipervitaminose, segundo o nutrólogo Victor Andrade, estão:
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Náuseas, vômitos, diarreia.
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Dor abdominal.
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Fadiga, fraqueza e dor de cabeça.
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Alterações de pele, como ressecamento ou queda de cabelo.
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Dores ósseas e musculares.
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Nos casos mais graves, problemas cardíacos, hepáticos ou renais
Os sintomas específicos da dose alta de vitamina D no corpo são: náuseas, vômitos e aumento da pressão arterial, lista Helio.
Andrea destaca alterações na visão e problemas no fígado como a icterícia, dores e sonolência como sintomas do excesso de vitamina A.

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Tratamento da hipervitaminose
O tratamento da hipervitaminose depende do estado e quadro de saúde do paciente. Para casos leves, a suspensão da suplementação da vitamina em excesso pode ser suficiente para a melhora clínica, considera Andrea Bottoni.
Em situações mais graves é necessário acompanhamento médico para monitorar a evolução e os níveis de vitamina, bem como avaliar possíveis complicações em órgãos e sistemas.
Especificamente para vitamina D em excesso, Andrea cita que o corticoide pode ser utilizado como forma de tratamento para reduzir a liberação de cálcio nos ossos para evitar o agravamento de problemas.
Victor Andrade complementa ainda que podem ser utilizados a hidratação venosa e a correção de distúrbios metabólicos ao longo do processo de tratamento.
Videoaula sobre vitaminas
Fique por dentro de como funcionam as vitaminas no corpo humano na videoaula abaixo:
Por Lucas Afonso
Jornalista