O CNU, Concurso Nacional Unificado, é um modelo recente de prova que permite acesso a vagas em órgãos públicos da administração federal por meio de provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A primeira edição do que ficou conhecido como Enem dos Concursos e ocorreu em agosto de 2024. No próximo dia 5 de outubro, mais de 760 mil candidatos devem participar da primeira fase do CNU 2025. A avaliação passou por reformulação que agora conta com duas fases de provas e divisão por nove blocos temáticos.
Neste ano, o CNU conta com 3.652 vagas em 32 órgãos federais. O Brasil Escola conversou com candidatos aprovados no certame que contam sobre suas trajetórias e compartilham dicas aos concurseiros.
No vídeo abaixo, a jornalista Gabriella Carmo, aprovada em 2024 no CNU para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), destaca algumas dicas para as provas:
Veja: Cargos e cursos com mais vagas no CNU 2025
Tópicos deste artigo
- 1 - Aprovada como jornalista do IBGE
- 2 - Concursado aos 19 anos
- 3 - Persistência até a aprovação
- 4 - Como serão as provas do CNU 2025?
- 5 - Datas do CNU 2025
- 6 - Novidades do CNU 2025
Aprovada como jornalista do IBGE
Natural de Porto Velho (RO), Gabriella Carmo (28) conquistou a aprovação para exercer a função como jornalista no cargo de Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE por meio da primeira edição do CNU.
Devido à realidade profissional marcada por redações de jornalismo cada vez mais enxutas, Gabriella decidiu começar a jornada de estudos para concursos públicos no início de 2022. Seu principal objetivo é o que a grande parte dos concursos busca na carreira pública, estabilidade financeira.
Antes do CNU, a jovem rondoniense fez diversas provas em seus três anos de preparação. Chegou a ter um desempenho de 90% de aproveitamento, mas sem conseguir a vaga.
Assim que o Enem dos Concursos foi apresentado publicamente, a jornalista viu o exame como uma boa oportunidade justamente pelo fato de se tratar de um edital novo para todos os candidatos. Quando decidiu que faria a avaliação, dedicou-se exclusivamente para o CNU, não fazendo outros concursos no período.

Crédito: Arquivo.
Quando questionada sobre seu maior desafio nesse processo, "sem dúvidas, foi desenvolver a capacidade de levar vários nãos", afirma.
Atualmente ela mora e trabalha em Brasília no setor de Disseminação de Informações do IBGE. Entre suas funções está assessoria de imprensa, produção de conteúdos internos e contribuição para matérias para agência de notícias do órgão. Além disso, auxilia no atendimento de pesquisadores, professores e população em geral quando solicitam dados.
Saiba mais: Como é o curso, carreira e mercado de trabalho do Jornalismo?
Concursado aos 19 anos
O primeiro concurso de Luccas Rodrigues (19) foi o CNU. Natural do Rio de Janeiro, o jovem foi aprovado para o cargo Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE, atuando na Superintendência Estadual do Distrito Federal (SES-DF).
O fato de ter feito as provas do Enem e do Programa de Avaliação Seriada (PAS) ajudou Luccas na preparação para o CNU. Segundo ele, muitas das matérias cobradas no concurso também foram exigidas nos processos seletivo de acesso ao ensino superior, o que o fez decidir se inscrever para o exame.

Crédito: Arquivo.
Com o incentivo e apoio de sua mãe, em seu processo de estudos, focou na leitura de conteúdos em PDFs sobre assuntos como Direito Constitucional e Direito Administrativo. Sobre as leis, fazia uma leitura breve da legislação e seguia para os exercícios.
Luccas relata a semelhança da prova de nível intermediário do CNU com o Enem. Para ele, a estrutura dos enunciados eram parecidas, como também a proposta de redação que pedia um texto dissertativo-argumentativo sobre um tema de caráter social.
"A dica que eu dou é para maximizar o tempo de estudo: se você já viu aquele conteúdo, não é necessário perder tempo o revendo em videoaulas. Basta fazer questões e ler os gabaritos comentados. Você deve deixar videoaulas para os conteúdos que nunca viu e que tem dificuldade de aprender"
Luccas Rodrigues
Para fixar o conhecimento, Luccas reforça a importância de fazer questões sobre os temas e assuntos assim que eles forem vistos e estudados.
Essa é a primeira experiência profissional do carioca que desempenha demandas no setor de Suporte de Informática do IBGE.
Persistência até a aprovação
"Bater na trave" várias vezes foi algo que a goiana Adrielly Campos e Almeida enfatiza ao tratar da experiência de estudo para concursos públicos por alguns anos.
Por conta disso, decidiu para e se dedicar exclusivamente para os certames durante um ano. Nessa oportunidade, a seleção para o CNU foi aberta.
A escolha do bloco temático em que faria as provas foi feita após analisar detalhadamente o edital do concurso.

Crédito: Arquivo.
Após isso, Adrielly estabeleceu um plano de estudo focado nas matérias com maior peso e naquelas que ela teria mais dificuldade por não ser da sua área de formação.
Sua rotina de estudo, que consistiu entorno de seis horas diárias, era composta por videoaulas, resolução de questões e leitura de leis secas. Como forma de ampliar sua preparação, ela aproveitava oportunidades de aulões e eventos gratuitos direcionados para concursos.
"Acredito que cada pessoa tem seu jeito de estudar, seu jeito de render melhor. Uma dica é não ficar preso na maneira como o outro estuda e se comparar, se pressionar... E, principalmente, ter em mente que é um processo cansativo, que você precisa descansar também sem perder a constância."
Adrielly Campos

Crédito: Arquivo.
O maior desafio para a goiana é manter o foco e não desistir. "Quem não desiste, passa. Pode ser uma questão de tempo".
Adrielly conta que já reprovou a ideia de ser concursada, que "fazer a mesma coisa pra sempre" a apavorava. Entretanto, decidiu pensar que não precisava ser assim. "O concurso entrou na minha vida como uma possibilidade de começar a conquistar meus sonhos e eu posso mudar de rota se assim desejar. Por enquanto é a minha porta para conquistar as coisas que desejo", enfatiza.
Hoje ela trabalha como Analista em Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), atuando especificamente no Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN) na cidade de São José dos Campos (SP).
Como serão as provas do CNU 2025?
As provas do CNU 2025 serão realizadas em duas fases. A estrutura do exame varia conforme o nível de escolaridade exigido.
Provas da 1ª fase do CNU 2025 | Domingo, 5 de outubro
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Nível superior: 90 questões objetivas - 60 de conhecimentos específicos + 30 de conhecimentos gerais
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Horário: 13h às 18h | duração de cinco horas
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Nível intermediário: 60 questões objetivas - 48 de conhecimentos específicos + 20 de conhecimentos gerais
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Horário: 13h às 16h30 | duração de três horas e meia
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O resultado com a lista de candidatos classificados para a segunda fase será liberado no dia 12 de novembro.
Provas da 2ª fase do CNU 2025 | Domingo, 7 de dezembro
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Nível superior: duas questões discursivas
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Horário: 13h às 16h | duração de cinco horas
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Nível intermediário: redação dissertativo-argumentativa
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Horário: 13h às 15h | duração de duas horas
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Alguns cargos especificados em edital prevê a etapa de avaliação de títulos. O envio dos títulos deve ser feito entre os dias 13 e 19 de novembro.

Crédito: Rovena Rosa / Agência Brasil.
Datas do CNU 2025
Fique por dentro das datas e cronograma do CNU 2025:
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Inscrições: 02 a 20/07
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Pagamento da taxa de inscrição: até 21/07
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Pedidos de isenção da taxa: 02 a 08/07
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Prova objetiva da 1ª fase: 05/10
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Resultado da 1ª fase: 12/11
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Envio de títulos: 13 a 19/11
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Prova discursiva da 2ª fase: 07/12
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Confirmação de cotas: 30/11 a 08/12
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Resultado: 30/01/2026
Novidades do CNU 2025
Para a segunda edição do Enem dos Concursos, o MGI anunciou uma série de novidades:
Aplicação das provas em duas fases
Em 2025, o CNU 2025 acontecerá em duas fases, diferente de sua primeira edição. As provas da primeira fase acontecerão em 5 de outubro e da segunda em 7 de dezembro.
Paridade de gênero para a segunda fase
O CNU garante que pelo menos 50% do total de candidatos classificados para a segunda fase seja composta por mulheres. Confira exemplo prático compartilhado pelo MGI:
Suponha um cargo com 20 vagas, das quais 13 são para ampla concorrência. Pela regra do edital, serão chamados nove vezes esse número para a segunda fase, ou seja, 117 candidatos.
Se, desses 117, apenas 52 forem mulheres e 65 homens, serão chamadas mais 13 mulheres — totalizando 130 convocados (65 homens + 65 mulheres). Dessa forma, 50% dos convocados são mulheres. Importante: essa regra não altera o resultado final, que continuará sendo definido pela soma da nota da objetiva, discursiva e de títulos (quando houver).
Reserva de vagas via Lei de Cotas
As vagas reservadas pela Lei de Cotas foram aprimoradas após mudanças na legislação com a publicação de um novo decreto. 35% das vagas serão destinadas às ações afirmativas: pessoas pretas e pardas (25%), indígenas (3%), quilombolas (2%) e pessoas com deficiência (5%).
Saiba mais informações e detalhes no edital do CNU 2025.
Por Lucas Afonso
Jornalista