A Carta Magna é um documento histórico que estabeleceu limites ao poder do rei na Inglaterra medieval, reconhecendo direitos individuais e garantias básicas dos súditos.
A Carta Magna é um documento histórico fundamental que estabeleceu limites ao poder monárquico na Inglaterra medieval, reconhecendo direitos individuais e garantias básicas dos súditos. Produzida, em 1215, como resposta à crescente insatisfação da nobreza com o absolutismo do rei João Sem Terra, a Carta Magna introduziu princípios como o devido processo legal, a proteção da propriedade privada e a limitação do poder real sobre a tributação. Esse documento serviu como base para a Constituição de outros países, como o Brasil.
A Carta Magna é um documento histórico que estabeleceu limites ao poder do rei na Inglaterra da Idade Média, reconhecendo direitos e garantias individuais.
A Carta Magna de 1215 foi resultado de uma crescente insatisfação da nobreza inglesa com o absolutismo do rei João Sem Terra, culminando em uma rebelião que resultou na imposição de limitações ao poder real.
Ela estabeleceu princípios como o devido processo legal, a proteção da propriedade privada, a limitação do poder do rei em relação à tributação e a garantia de julgamento justo, moldando os fundamentos do Estado de direito.
É considerada um marco na história do constitucionalismo e dos Direitos Humanos, pois estabeleceu limites ao poder monárquico e reconheceu direitos básicos dos súditos, influenciando a evolução do Estado de direito em todo o mundo.
Produzida na Inglaterra em 1215, ela serviu como base para a Constituição de outros países, como o Brasil.
A história constitucional brasileira é marcada por várias Constituições: de 1824, de 1891, de 1934, de 1937, de 1946, de 1967 e de 1988.
O que é a Carta Magna?
A Carta Magna é um documento histórico que foi produzido em 1215 durante o reinado do rei inglês João Sem Terra e que estabeleceu limites ao poder monárquico na Inglaterra medieval. Emitida em um contexto de conflito entre o rei e os barões ingleses, essa carta representou um divisor de águas na história constitucional. Ela estabeleceu limites claros ao poder real e reconheceu certos direitos fundamentais dos nobres, incluindo proteção contra prisões arbitrárias e o direito a um julgamento justo.
A Carta Magna não apenas restringiu o poder absoluto do monarca como também estabeleceu o princípio de que o governo estava sujeito à lei. Ao longo dos séculos, apesar de ser revogada e alterada, essa Carta manteve sua influência duradoura, ajudando a moldar não apenas o sistema legal e constitucional da Inglaterra como também de muitos outros países ocidentais.
A expressão “Carta Magna” tornou-se amplamente utilizada como um símbolo de Constituições ou documentos fundamentais que garantem direitos individuais e limitam o poder do governo. Desde então, muitas nações adotaram Constituições escritas que refletem os princípios consagrados na Carta Magna, perpetuando assim sua influência e legado como um marco na história do direito constitucional e dos Direitos Humanos.
Antecedentes históricos da Carta Magna
Rei João Sem Terra assinando a Carta Magna em 1215, na Inglaterra.
Os antecedentes históricos que levaram à criação da Carta Magna, produzida na Inglaterra em 1215, foram:
Centralização do poder real: durante o período anterior à assinatura da Carta Magna, os reis ingleses, incluindo Ricardo I e João Sem Terra, buscavam aumentar o poder central e exercer controle sobre os barões e nobres do país.
Pressão fiscal: os reis frequentemente impunham pesados impostos sobre os barões e nobres para financiar suas guerras e extravagâncias, o que levava a um descontentamento generalizado entre a nobreza.
Abusos de poder: além das demandas financeiras, os monarcas, muitas vezes, agiam arbitrariamente, confiscando propriedades, impondo multas injustas e detendo nobres sem julgamento adequado, o que gerava ressentimento e desconfiança.
Conflitos militares e diplomáticos: constantes guerras e conflitos militares, tanto internos quanto externos, exacerbavam as tensões entre o rei e os barões, especialmente quando as campanhas militares resultavam em derrotas ou exigiam mais recursos.
Aliança entre barões e Igreja: alguns barões, aproveitando-se do descontentamento generalizado, uniram forças com a Igreja Católica, que detinha considerável influência e poder na sociedade medieval, para resistir às demandas excessivas do rei.
Revolta dos Barões: em 1215, a situação atingiu um ponto crítico, e os barões rebeldes marcharam sobre Londres, forçando o rei João a negociar e assinar a Carta Magna.
Termos e princípios da Carta Magna
A Carta Magna, produzida na Inglaterra em 1215, aborda uma variedade de temas que refletem as preocupações e demandas dos barões ingleses naquele período. Os principais temas nela presentes são:
Limitação do poder real:
Reconhecimento da autoridade do rei, desde que ele respeite a lei e os costumes do reino.
Restrições ao poder absoluto do monarca, especialmente em relação à cobrança de impostos e à administração da Justiça.
Proteção dos direitos e liberdades dos nobres:
Garantias de que o rei não poderia impor taxas ou tributos sem o consentimento do Grande Conselho.
Estabelecimento do princípio de que nenhum homem livre poderia ser preso, exilado, ou ter seus bens confiscados sem um julgamento justo por seus pares ou de acordo com a lei do país.
Administração da Justiça:
Promessa de que a Justiça seria acessível a todos, sem favoritismos ou discriminação, e que as disputas seriam resolvidas de acordo com as leis do reino.
Criação da garantia de um processo legal adequado, inclusive com o devido processo e julgamento por jurados.
Além disso, a Carta Magna de 1215 incorpora vários princípios fundamentais que influenciaram a evolução do direito constitucional e do liberalismo ao longo dos séculos, como:
Estado de Direito: a Carta Magna estabeleceu a ideia de que o poder do governo está sujeito à lei, garantindo que mesmo o rei estivesse sujeito aos princípios legais estabelecidos, em vez de agir arbitrariamente.
Limitação do poder monárquico: ao exigir que o rei governasse de acordo com a lei e com o consentimento dos barões, a Carta Magna estabeleceu um princípio de limitação do poder monárquico, uma ideia central no desenvolvimento do constitucionalismo.
Direitos individuais: a Carta Magna garantiu direitos individuais, como o direito a um julgamento justo por pares, proteção contra prisões arbitrárias e confisco de propriedade sem devido processo legal, antecipando conceitos modernos de Direitos Humanos e liberdades civis.
Importância da Carta Magna
A importância da Carta Magna de 1215 para a evolução do constitucionalismo, do liberalismo e dos Direitos Humanos na história é imensa, pois esse documento histórico estabeleceu muitos dos princípios fundamentais desses conceitos, tais como:
Constitucionalismo: a Carta Magna foi um dos primeiros documentos a limitar o poder absoluto do monarca, estabelecendo o princípio de que o governo deve ser exercido de acordo com a lei e o consentimento dos governados. Esse conceito de governo limitado pelo Estado de direito foi essencial para o desenvolvimento do constitucionalismo, que preconiza que o poder do governo deve ser regulado por uma Constituição ou conjunto de leis fundamentais.
Liberalismo: ao garantir direitos individuais, como o direito a um julgamento justo, a proteção contra prisões arbitrárias e o respeito à propriedade privada, a Carta Magna ajudou a estabelecer os fundamentos do liberalismo. Esses direitos individuais são centrais para a filosofia liberal, que enfatiza a liberdade individual, os direitos naturais e a limitação do poder do governo para proteger essas liberdades.
Direitos Humanos: a Carta Magna foi um dos primeiros documentos a reconhecer e garantir certos direitos fundamentais, estabelecendo um precedente para o desenvolvimento posterior dos Direitos Humanos. Ao garantir proteção contra prisões arbitrárias, assegurar o devido processo legal e proteger os direitos de propriedade, a Carta Magna contribuiu para a proteção dos direitos individuais e humanos.
Carta Magna inglesa
Uma das cópias mais antigas da Carta Magna produzida na Inglaterra em 1215.
A Carta Magna inglesa foi produzida na Inglaterra em 1215.É um documento que tem grande importância histórica e que serviu de inspiração para a Constituição de vários países.
Ao proteger os nobres contra abusos de poder, assegurando direitos fundamentais como o devido processo legal e a propriedade privada, a Carta Magna não apenas moldou a evolução política e jurídica da Inglaterra como também inspirou movimentos pela liberdade e justiça em todo o mundo. Seu legado perdura como um símbolo da luta pela governança justa, limitada e responsável, permanecendo como um farol de esperança e inspiração para as gerações futuras.
Carta Magna brasileira
No Brasil, o termo “Carta Magna” é frequentemente utilizado como sinônimo de Constituição em referência ao documento histórico inglês que estabeleceu importantes princípios de governança e direitos individuais.
Embora a Magna Carta inglesa de 1215 tenha influenciado indiretamente a formação das leis e instituições brasileiras, sua associação com a ideia de uma Constituição escrita e de limitação do poder governamental tornou-se significativa na terminologia jurídica brasileira. Assim, o uso do termo “Carta Magna” no Brasil reflete o reconhecimento dos princípios fundamentais de governança, direitos e limitação do poder estabelecidos pela Carta Magna inglesa, adaptando-os à realidade jurídica e constitucional brasileira.
→ Constituição de 1824
Capa da Constituição de 1824, a primeira Carta Magna do Brasil.
A Constituição Brasileira de 1824 foi elaborada em um contexto de transformações políticas e sociais, marcado pela independência do Brasil em relação a Portugal em 1822 e pelo estabelecimento do Império Brasileiro, sob o comando de Dom Pedro I. Suas principais características foram:
Centralização do poder: a Constituição de 1824 consolidou um sistema de governo imperial altamente centralizado, conferindo amplos poderes ao imperador, que detinha o poder Moderador, Legislativo e Executivo.
Poder Moderador: um dos aspectos mais distintivos da Constituição de 1824 foi a introdução do Poder Moderador, que conferia ao imperador a prerrogativa de intervir nos outros poderes sempre que julgasse necessário para a estabilidade e defesa do Estado.
→ Constituição de 1891
A Constituição Brasileira de 1891 foi promulgada em um contexto marcado por mudanças políticas significativas, principalmente a proclamação da república em 1889, que pôs fim no regime monárquico e estabeleceu o sistema republicano no Brasil. As principais características dessa Constituição são:
República federativa: a Constituição de 1891 estabeleceu o Brasil como uma república federativa, dividida em estados autônomos e um governo central.
Presidencialismo: o sistema de governo adotado foi o presidencialismo, com um presidente eleito pelo voto popular para um mandato de quatro anos.
→ Constituição de 1934
A Constituição Brasileira de 1934 foi promulgada em um contexto de turbulência política e social, marcado pela ascensão ditatorial de Getúlio Vargas ao poder e pelo fim da chamada “república das oligarquias”, caracterizada pelo domínio político das elites agrárias. Suas principais características foram:
Democracia representativa: a Constituição de 1934 marcou o retorno do país à democracia representativa, estabelecendo eleições diretas para presidente da república, deputados e senadores.
Direitos sociais: foi a primeira Constituição Brasileira a incluir uma ampla declaração de direitos sociais, como o direito ao trabalho, à educação, à saúde e à previdência social.
→ Constituição de 1937
A Constituição Brasileira de 1937 foi promulgada em um contexto de instabilidade política e social, marcado pelo período conhecido como Estado Novo, liderado por Getúlio Vargas. Suas principais características foram:
Regime autoritário: a Constituição de 1937 consolidou o regime autoritário instaurado por Getúlio Vargas, conhecido como Estado Novo, que concentrava poderes nas mãos do presidente e suspendia garantias constitucionais básicas.
Concentração de poderes no Executivo: o presidente detinha amplos poderes, incluindo a capacidade de legislar por meio de decretos-lei, dissolver o Congresso Nacional, nomear autoridades estaduais e municipais, e controlar os tribunais.
Supressão de liberdades civis: a Constituição de 1937 restringiu as liberdades civis e políticas, censurando a imprensa, suprimindo o direito de greve e reprimindo atividades políticas da oposição.
→ Constituição de 1946
A Constituição Brasileira de 1946 foi promulgada em um contexto de redemocratização do Brasil, após o fim do Estado Novo e a queda de Getúlio Vargas do poder em 1945. Suas principais características foram:
Retorno à democracia: a Constituição de 1946 marcou o retorno do Brasil à democracia representativa, estabelecendo eleições diretas para presidente da república, deputados e senadores.
Divisão dos poderes: manteve-se a divisão dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, garantindo a independência e a harmonia entre eles.
→ Constituição de 1967
A Constituição Brasileira de 1967 foi promulgada em um contexto de instabilidade política e institucional marcado pelo Golpe Militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart e instaurou um Regime Militar no Brasil. Suas principais características foram:
Regime Militar: a Constituição de 1967 consolidou o Regime Militar que estava no poder desde o Golpe de 1964, mantendo os militares como os principais detentores do poder político.
Concentração de poderes no Executivo: o presidente detinha amplos poderes, incluindo a capacidade de legislar por meio de decretos-lei, dissolver o Congresso Nacional, nomear autoridades estaduais e municipais, e controlar os tribunais.
Supressão de liberdades civis: a Constituição de 1967 restringiu as liberdades civis e políticas, censurando a imprensa, suprimindo o direito de greve e reprimindo atividades políticas da oposição.
◦ Emenda Constitucional nº 01 de 1969
Muitos juristas e estudiosos do direito consideram a Emenda Constitucional nº 01 de 1969 como uma nova Constituição, devido à magnitude das mudanças que introduziu e à sua distância em relação à Constituição anterior de 1967.
Além disso, a Emenda de 1969 alterou substancialmente a estrutura do Estado, restringiu ainda mais os direitos e garantias individuais e fortaleceu o Regime Militar, o que a torna uma peça fundamental na história constitucional brasileira. Portanto, é comum que seja tratada como uma nova Constituição de fato, mesmo que formalmente seja uma emenda à Constituição de 1967.
→ Constituição de 1988
Capa da Constituição de 1988, a atual Carta Magna do Brasil.
A Constituição Brasileira de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, foi promulgada em um contexto de transição democrática, marcando o fim do Regime Militar, que governou o Brasil por mais de duas décadas. Suas principais características, são:
Democracia e Estado de direito: a Constituição de 1988 reafirmou o compromisso do Brasil com os princípios da democracia e do Estado de direito, estabelecendo um sistema político baseado na separação dos poderes, no respeito aos direitos fundamentais e na participação popular.
Federalismo: o Brasil continuou sendo uma república federativa, dividida em estados autônomos e um governo central, com a atribuição de competências específicas para cada ente federativo.
Separação dos poderes: manteve-se a divisão dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, garantindo a independência e a harmonia entre eles.
Direitos e garantias fundamentais: a Constituição incluiu uma ampla declaração de direitos e garantias fundamentais, abrangendo direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais, bem como direitos coletivos e difusos.
Exercícios resolvidos sobre Carta Magna
Questão 1
Durante séculos, a história constitucional foi moldada por documentos fundamentais que estabeleceram princípios e limites ao poder governamental. Um desses documentos, conhecido como a Carta Magna, desempenhou um papel crucial na evolução do constitucionalismo e dos Direitos Humanos. Sobre a Carta Magna, qual foi seu principal papel para o desenvolvimento do Estado de direito?
A) Estabeleceu a monarquia absoluta como forma de governo.
B) Limitou os direitos e garantias individuais dos súditos.
C) Reconheceu a soberania absoluta do monarca sobre a lei.
D) Instituiu princípios como o devido processo legal e a proteção da propriedade privada.
E) Aboliu completamente o poder real, instituindo uma república.
Resolução:
Alternativa D
A Carta Magna foi um marco ao estabelecer princípios fundamentais, como o devido processo legal e a proteção da propriedade privada, limitando assim o poder do monarca e contribuindo para o desenvolvimento do Estado de direito.
Questão 2
A história constitucional do Brasil é marcada por diferentes Constituições, que refletiram os contextos políticos e sociais de suas épocas. Desde a monarquia até a atual república, diversas Constituições moldaram a estrutura política e jurídica do país. Qual Constituição Brasileira marcou o retorno do país à democracia representativa após um período de regime autoritário militar?
A) Constituição de 1824
B) Constituição de 1937
C) Constituição de 1967
D) Constituição de 1988
E) Constituição de 1891
Resolução:
Alternativa D
A Constituição de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã, marcou o retorno do Brasil à democracia representativa, estabelecendo princípios democráticos e garantindo direitos fundamentais após anos de regime autoritário militar.
Fontes
MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2013.
RODRIGUES, Antonio; KAMITA, João. História Moderna. São Paulo: Vozes, 2018.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/historiag/magna-carta.htm