A Lei Magnitsky foi aplicada pelos Estados Unidos (EUA) ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 30 de julho. Criada em 2012 durante o Governo Barack Obama, essa ferramenta é uma forma dos EUA punir supostos violadores dos Direitos Humanos e acusados de corrupção.
Com a última mudança, em 2016, a lei passou a incluir agentes de governos estrangeiros que também se enquadrem nas violações previstas na medida.
Anunciada pelo presidente dos EUA Donald Trump, a aplicação da lei intensifica o conflito político com o Brasil e provoca debate social. Temas como estes estão relacionadas à Geopolítica que costuma ser abordada e cobrada em provas de vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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A Lei Magnitsky é um mecanismo da legislação estadunidense aplicado a pessoas (físicas e jurídicas) que violem Direitos Humanos reconhecidos internacionalmente, conceitua o professor universitário e advogado José Eduardo Barbieri. Ela é responsável por punir os agressores com o banimento do sistema financeiro do país.
O presidente decide a imposição da lei por meio de uma fundamentação e justificativa junto ao Congresso Nacional Americano, responsável por validar a aplicação. José Eduardo lembra que o Judiciário dos EUA pode analisar a decisão caso seja provocado.
Para entender como funciona a Lei Magnitsky, é preciso compreender o Sistema Financeiro Internacional, reforça o advogado. O entendimento de como se estabelece a participação das pessoas (físicas e jurídicas) no ambiente do mercado financeiro.
Até 2012, esse sistema não se preocupava com quem participava dele, ou seja, não importava se era um ditador, corrupto, traficante ou terrorista. Se tivesse crédito, o mercado financeiro aceitava, explica o professor. Crédito não quer dizer somente dinheiro, mas também, confiança, complementa.
A Lei Magnitsky foi criada em 2012 para punir de forma econômica os responsáveis pela morte do advogado russo Sergei Magnitsky por denúncias de corrupção.
Segundo Barbieri, desde sua criação, a lei foi aplicada para quase 700 pessoas (físicas e jurídicas) envolvidas com crimes de tortura, corrupção, tráfico, entre outras condições de violação.
Em 2016, o Congresso dos EUA ampliou o alcance da lei, incluindo também agentes de governos estrangeiros violadores dos Direitos Humanos.
Entre as punições da Lei Magnitsky, segundo José Eduardo Barbieri, estão:
Proibição da entrada nos Estados Unidos;
Bloqueio de contas bancárias;
Congelamento de bens dentro dos Estados Unidos.
Os punidos não podem realizar operações financeiras nos EUA e nem por empresas estadunidenses, sobre pena que serem até excluídas do sistema.
Quando sancionado, os dados são colocados na lista de Cidadãos Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA, explica Barbieri.
Para o professor de Direito, a aplicação imotivada desta legislação não só intensifica como deixa evidente a sua aplicação política e não jurídica. "Isso preocupa, pois essa interferência afeta a nossa soberania e coloca as instituições jurídicas do nosso país em risco", opina.
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[1] Crédito: Rawpixel.com | Shutterstock.
Por Lucas Afonso
Jornalista
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/noticias/lei-magnitsky-especialista-explica-o-que-e-e-seus-impactos/3132529.html