Ailton Krenak

Ailton Krenak é um ativista brasileiro. Ele é defensor dos povos indígenas e da natureza e se tornou o primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Ailton Krenak é um ativista e escritor brasileiro. Ele nasceu em 29 de setembro de 1953, em Itabirinha, Minas Gerais. Foi criado junto ao povo Krenak e, com 17 anos de idade, se mudou para o Paraná, onde se alfabetizou. Iniciou seu ativismo político nos anos 1970 e participou ativamente da Assembleia Nacional Constituinte em prol dos direitos indígenas constantes na Constituição de 1988.

Pela sua atuação em defesa dos povos indígenas e da natureza, foi premiado com o Prêmio Internacional de Direitos Humanos para a América Latina, em 1987, nos Estados Unidos, e o holandês Impact Award, em 2022, entre outras homenagens. Tornou-se o primeiro homem indígena a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras.

Leia também: Chico Mendes — importante ambientalista, sindicalista, ativista político e seringueiro brasileiro

Resumo sobre Ailton Krenak

  • Ailton Krenak é um ativista e escritor brasileiro.
  • Ele nasceu no ano de 1953.
  • Integrante da etnia Krenak, ele iniciou seu ativismo político na década de 1970.
  • Krenak é um defensor dos direitos dos povos indígenas e das florestas brasileiras.
  • Ganhou prêmios, como o holandês Impact Award.
  • Seus livros abordam temas ecológicos e indígenas.
  • Krenak é o primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Biografia de Ailton Krenak

[imagem_principal] Fotografia de Ailton Krenak, ativista e escritor brasileiro.
Ailton Krenak é um ativista e escritor brasileiro.[1]

→ Nascimento de Ailton Krenak

Ailton Krenak nasceu em Itabirinha, no estado de Minas Gerais, na região do Vale do Rio Doce, em 29 de setembro de 1953.

→ Infância de Ailton Krenak

Ailton Krenak passou a infância junto às águas do Rio Doce, em meio ao povo Krenak.

→ Juventude de Ailton Krenak

Com 17 anos de idade, Ailton Krenak se mudou, com sua família, para o Paraná. Ali, ele se alfabetizou. O rapaz iniciou seu ativismo político na década de 1970.

→ Casamento de Ailton Krenak

No ano 2000, o ambientalista Ailton Krenak se casou com a ativista Irani Krenak. Anteriormente, teve um relacionamento com a indigenista Rosa Costa.

→ Filhos de Ailton Krenak

Ailton Krenak não gosta de expor sua vida particular. Por isso, são encontradas principalmente informações acerca de dois de seus filhos, já falecidos: Krembá Krenak (fruto do relacionamento com Irani) e Mbeni Waré Costa Lacerda (fruto do relacionamento com Rosa Costa). Além deles, sabe-se que ele também pai de Noua Krenak (fruto do relacionamento com Irani).

→ Ativismo político de Ailton Krenak

Ailton Krenak iniciou seu ativismo político na década de 1970. Na década seguinte, ampliou sua dedicação à luta indígena. Assim, em 1982, foi um dos fundadores da organização União das Nações Indígenas (UNI). E, no final da década de 1980, iniciou sua participação na Aliança dos Povos da Floresta, um movimento caracterizado pela cooperação entre povos indígenas e seringueiros, como Chico Mendes (1944-1988).

O movimento tinha como objetivo criar reservas extrativistas, de forma a proteger a floresta e os povos indígenas. Atualmente, tal movimento é conhecido como Rede Povos da Floresta. Krenak também foi fundador da ONG Núcleo de Cultura Indígena, em 1985. E participou ativamente da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, com intuito de garantir os direitos indígenas na Constituição de 1988.

Nesse mesmo ano, fez parte da fundação da organização União dos Povos Indígenas. Assumiu, entre 2003 e 2010, a assessoria especial do governo de Minas Gerais para assuntos indígenas. Em 2013, atuou como professor em curso de pós-graduação em Saúde Indígena na Escola Paulista de Medicina. No ano seguinte, foi o idealizador da Primeira Mostra de Cinema Indígena, atualmente conhecida como Bienal do Cinema Indígena.

→ Ailton Krenak na Academia Mineira de Letras

Ailton Krenak foi eleito para a Academia Mineira de Letras em 2022 e ocupou a cadeira de número 24.

→ Ailton Krenak na Academia Brasileira de Letras

Ailton Krenak é o primeiro indígena a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 5 de outubro de 2023 e tomou posse, em 5 de abril de 2024, como ocupante da cadeira de número 5.

O que Ailton Krenak defende?

Ailton Krenak defende os direitos dos povos indígenas e a preservação das florestas brasileiras. É, portanto, a favor da sustentabilidade e contrário à exploração desenfreada dos recursos naturais.

Etnia de Ailton Krenak

Ailton Krenak pertence à etnia Krenak, povo que vive na fronteira entre Minas Gerais e o Espírito Santo.

Livros de Ailton Krenak

Capa do livro “Futuro ancestral”, de Ailton Krenak, publicado pela editora Companhia das Letras.Capa do livro “Futuro ancestral”, de Ailton Krenak, publicado pela editora Companhia das Letras.
Capa do livro Futuro ancestral, de Ailton Krenak, publicado pela editora Companhia das Letras.[2]
  • O lugar onde a terra descansa (2000)
  • Ideias para adiar o fim do mundo (2019)
  • O amanhã não está à venda (2020)
  • A vida não é útil (2020)
  • Futuro ancestral (2022)
  • Um rio um pássaro (2023)
  • Kuján e os meninos sabidos (2024)

Acesse também: Literatura indígena — literatura produzida por autores indígenas e que tem como principal temática a cultura indígena

Prêmios e homenagens a Ailton Krenak

  • Prêmio Internacional de Direitos Humanos para a América Latina (1987) — Estados Unidos
  • Prêmio Onassis (1989) — Grécia
  • Prêmio Nacional de Direitos Humanos (2005)
  • Comenda de Ordem do Mérito Cultural do Brasil (2008)
  • Professor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2016)
  • Prêmio Juca Pato (2020)
  • Doutor honoris causa pela Universidade de Brasília (2022)
  • Impact Award (2022) — Holanda
  • Medalha Rui Barbosa (2024)
  • Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da República Francesa (2024)
  • Homenageado pela escola de samba paulista Mocidade Unida da Mooca no Carnaval de 2025

Frases de Ailton Krenak

A seguir, algumas frases de Ailton Krenak, retiradas de seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras:

  • “Uma nação sem cultura não tem o que dizer.”
  • “Drummond é um remédio para dor de cabeça e outras dificuldades.”
  • “O rito é uma das maneiras de a gente instituir mundos.”
  • “O português se espalhou por essa terra como uma planta, como esses bordados da nossa roupa, uma planta totalmente adaptada e criou variedades também de português.”
  • “É impossível tomar o tempo do outro.”
  • “Abolir a escravatura não é abolir a escravidão.”

Créditos de imagem

[1] Juliana Chalita / Greenpeace Brasil / Congresso Brasileiro de Agroecologia / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Companhia das Letras (reprodução)

Fontes

ABL. Ailton Krenak: biografia. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/ailton-krenak/biografia.

ABL. Discurso de posse. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/ailton-krenak/discurso-de-posse.

AML. Ailton Krenak. Disponível em: https://academiamineiradeletras.org.br/academicos/ailtonkrenak/.

CORREIO DO POVO. Ailton Krenak, o escritor indígena que quer adiar o fim do mundo. Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/arteagenda/ailton-krenak-o-escritor-indígena-que-quer-adiar-o-fim-do-mundo-1.1418742.

KRENAK, Ailton. Sobre o autor. In: KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

MUSEU DA PESSOA. Rio de memórias. Disponível em: https://museudapessoa.org/historia-de-vida/rio-de-mem-rias/.


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/biografia/ailton-krenak.htm