O sionismo é um movimento judeu que surgiu na Europa em 1897. Tendo como base o Primeiro Congresso Sionista, realizado na Suíça, esse movimento defendia a criação de um Estado judeu como alternativa às condições de violência, exclusão e perseguição a judeus na Europa.
Embora seja um movimento judeu, o sionismo enfrenta críticas de parte da comunidade judaica, sobretudo por não corresponder aos preceitos religiosos e por ignorar as populações que habitavam a região em que se localiza o Estado de Israel.
O sionismo é dividido em suas vertentes política, religiosa e cultural, que concebem de formas distintas a afirmação da identidade judaica e a promoção da autonomia do povo judeu.
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O termo “sionismo” deriva da palavra hebraica “Sião”, que pode ser traduzida como colina ou cume. Em termos históricos, Sião é uma das colinas de Jerusalém, local em que se originou o povo judeu. Dessa maneira, o sionismo é um movimento político-nacionalista que surgiu no século XIX, sobretudo na Europa. Esse movimento, composto majoritariamente por judeus, tinha como pauta política central a construção de um Estado-nação para o povo judeu.
Nesse sentido, o sionismo, enquanto movimento político, compreendia que a situação dos judeus, principalmente na Europa, era precária e suscetível a práticas antissemitas, como a perseguição a esse grupo, a censura de obras judaicas, o confisco de bens, e leis discriminatórias, que acabavam colocando esse grupo em uma condição de vulnerabilidade.
Dessa maneira, como resposta ao crescimento de ações hostis contra a população judaica, o sionismo surgiu como uma proposta política prática a essas situações. Desse modo, tinha por objetivo a construção de um Estado-nação judeu, especificamente na região da Palestina, que fazia parte do Império Otomano.
Com base nisso, a perspectiva de construção de um Estado judeu apareceu, principalmente, como forma de estabelecer a esse grupo formas de proteção, autonomia e direitos, que lhes estavam sendo corriqueiramente limitados ou negados.
Embora o sionismo tivesse como objetivo central a construção de um Estado-nação judeu, existem diferentes perspectivas em seu interior. Desse modo, pode-se destacar o sionismo político, religioso e cultural.
O sionismo, o judaísmo e o semitismo, embora apresentem elementos comuns entre si, têm diferenças importantes e que marcam posições e perspectivas distintas. Nesse sentido, conforme mencionou-se anteriormente, o sionismo é um movimento político judaico que tem como objetivo a construção de um Estado-nação judeu. Esse movimento, embora tenha origem judaica, não é apoiado por toda a comunidade judia.
Concomitantemente, pode-se observar que os judeus constituem um grupo social e religioso que tem uma identidade étnica e cultural específica, alinhada aos preceitos da Torá e das Leis de Moisés. Desse modo, os judeus se dividem, sobretudo, entre sionistas e antissionistas, ou seja, os que defendem a necessidade de criação de um Estado judaico e os que se opõem a isso.
Em relação aos semitas, estes são os povos que compartilham uma origem étnica e cultural, principalmente línguas e tradições comuns. O aspecto mais relevante dos semitas diz respeito às bases linguísticas, sobretudo dos povos judeus e árabes. Dessa forma, os semitas compreendem populações que residem na região do Oriente Médio e que têm uma origem cultural, étnica e linguística comum, sendo compostos majoritariamente por judeus e árabes.
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Conforme pontuado, o sionismo como movimento político teve como objetivo a criação de um Estado judeu. Embora essa proposta tenha ganhado força após a Segunda Guerra Mundial, em virtude dos horrores nazistas quanto aos judeus, há grupos que se posicionam como antissionistas. Nesse sentido, do ponto de vista judaico, grupos de judeus ortodoxos se colocam como antissionistas, principalmente por uma perspectiva que entende que a criação do Estado de Israel só será efetivada com a vinda do Messias.
O antissionismo, na Contemporaneidade, está associado a posições contrárias à existência do Estado de Israel. Esse processo se justifica, conforme os defensores dessa corrente, porque a região em que se localiza o Estado sionista de Israel já era ocupada por outras populações e tradições étnico-culturais, principalmente os povos palestinos.
Diante disso, pode-se observar que o antissionismo contrapõe a existência do Estado de Israel, pelo menos em seus moldes atuais, que negam a existência de outras populações que residiam na região, sendo elas alvos frequentes de políticas de ocupação, segregação e violência, principalmente contra palestinos.
O sionismo moderno surgiu por influência do jornalista Theodor Herzl, em 1896, após um conjunto de experiências discriminatórias e violentas contra as populações judaicas na Europa. Herzl propunha como solução para a condição dos judeus na Europa, marcada pela exclusão, violência, políticas discriminatórias e estigmatização, a criação de um Estado judeu.
A criação desse Estado, conforme Herzl, objetivava dar maior proteção e segurança para as populações judias, que se viam vítimas de múltiplas formas de violência. Em 1897, foi realizado na Suíça o Primeiro Congresso Sionista, no qual Herzl discursou e apresentou a proposta de criação de um Estado. Embora não houvesse, inicialmente, uma definição da localização desse Estado, a região da Palestina surgiu como alternativa, uma vez que ela guarda elementos que remetem à história, cultura e identidade judaicas.
Esse processo passou a ser apoiado por comunidades judaicas, principalmente as do Leste-Europeu, que se viam perseguidas por suas práticas religiosas e culturais. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, o sionismo ganhou mais adeptos, sobretudo a partir da perseguição e do genocídio do povo judeu provocados pelos nazistas. Desse modo, esse processo culminou na criação do Estado de Israel em 1948, na região da Palestina. Esse movimento contou, inclusive, com o apoio do Brasil, que também defendia a criação do Estado palestino.
Questão 1 (Exército) Sobre o movimento sionista, analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Movimento nacionalista criado pelo escritor húngaro Theodor Herzl que defendia a criação do Estado palestino.
II. Os kibutzim foram criados por imigrantes sionistas de influência socialista.
III. Caracterizou-se como movimento político nacionalista que desconsiderava os aspectos religiosos como elemento de luta pela formação do Estado judaico na Palestina.
Alternativas:
Resposta: Letra “B”. Os kibutzim são uma parte crucial da história do sionismo. Essas comunidades foram estabelecidas por imigrantes sionistas com influências socialistas, visando estabelecer um modo de vida comunitário e autossuficiente na Palestina. Portanto, a afirmativa B está correta.
Questão 2 (Uece) O Conflito Israel-Hamas fez revigorar a discussão do aspecto expansionista territorial israelense no que suas lideranças políticas, militares e religiosas mais ortodoxas reivindicam ser seu o direito à autodeterminação em seu solo pátrio, razão pela qual defendem a colonização de áreas até então ocupadas desde longa data pelos palestinos. O movimento que tem tais conotações territorialmente expansionistas é denominado de:
A) semitismo.
B) assimilação.
C) sionismo.
D) judaísmo.
Resposta: Letra “C”. O sionismo consistiu em um movimento político que objetivava a criação de um Estado judeu. Esse movimento contribuiu para a criação do Estado de Israel em 1948, na região da Palestina.
Fontes
ALTMAN, Breno. Contra o sionismo: retrato de uma doutrina colonial e racista. São Paulo: Alameda, 2023.
BUTLER, Judith. Caminhos divergentes: judaicidade e crítica do sionismo. São Paulo: Boitempo, 2017.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/historiag/sionismo.htm