O caratê, ou karate, é uma antiga arte marcial japonesa que desenvolve técnicas de socos, chutes e outros tipos de golpe. A palavra "karate" traduz-se como "mãos vazias", indicando sua natureza de técnica de combate sem o uso de armas. Hoje, vai além da autodefesa, tornando-se um esporte praticado em competições olímpicas, divididas entre as modalidades de kata e kumite.
Além das técnicas físicas, o caratê possui uma dimensão filosófica significativa, refletida nos princípios que os praticantes seguem. No tatame, as regras do caratê vão além do combate. A higiene pessoal, o uso adequado do quimono e a saudação ao entrar e sair da área de treino são aspectos cruciais.
O caratê não se limita mais ao Japão; chegou ao Brasil através da imigração japonesa, contando hoje com cerca de 1 milhão de praticantes no país. Sua origem remonta ao século XV, ganhando destaque internacional após a Segunda Guerra Mundial. Para entender mais sobre esta modalidade, conversamos com Luiz Carlos, faixa preta 8º dan de caratê e presidente da Federação Cearense de Karate. Veja o que descobrimos!
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Caratê é uma arte marcial japonesa com técnicas de socos e chutes.
Significado da palavra "caratê": "mãos vazias" – técnica de combate sem armas.
É praticado como esporte, incluindo participação em competições olímpicas.
Envolve proteções e técnicas para evitar lesões nas lutas olímpicas.
Fomenta o desenvolvimento do corpo e da mente, visando ao equilíbrio.
Há vários estilos de caratê, entre eles: shotokan, goju-ryu, shito-ryu, wado-ryu.
As faixas indicam o nível de habilidade do lutador, da branca até a preta.
Atualmente, há 1 milhão de praticantes no Brasil.
Surgiu no Japão no século XV, espalhando-se pelo mundo após a Segunda Guerra Mundial.
O estilo shotokan, mais praticado no Brasil, foi fundado por Gichin Funakoshi, conhecido como pai do caratê moderno.
O caratê (karate) é uma arte marcial japonesa que contém golpes de impacto, como socos e chutes. A palavra “karate” significa “mãos vazias”, pois é uma técnica de combate que não utiliza armas. Hoje em dia, o caratê também é praticado como esporte, inclusive com participação em competições olímpicas.
Nas Olimpíadas, há duas modalidades de prática do caratê, o kata e o kumite; a primeira consiste em demonstração de técnicas durante uma apresentação solo enquanto a segunda é o combate propriamente dito. Nas lutas de impacto olímpicas, são utilizadas proteções e técnicas para evitar lesões graves.
O caratê também tem um forte aspecto filosófico, com os seguintes princípios seguidos pelos caratecas:
esforçar-se para a formação do caráter;
fidelidade com o verdadeiro caminho da razão;
intuito do esforço;
respeito acima de tudo;
conter o espírito de agressão.
Há várias regras que devem ser seguidas no caratê, tanto durante o treino, para os praticantes, quanto nas competições, para os atletas. No tatame, os alunos devem seguir as seguintes orientações:
mantenha a higiene pessoal e do seu quimono;
não é permitido usar o quimono como vestimenta de passeio, ele deve ser usado somente em treinos e competições de caratê;
entre sempre no local de treino com pés e mãos limpos e unhas bem cortadas;
não use anéis, brincos, pulseiras, relógios ou qualquer acessório que possa causar ferimentos em você e no seus companheiros de treino;
não ande pelo tatame sem estar completamente vestido;
ao entrar e sair da área de treino faça sempre a saudação em pé ao local.
Nas competições olímpicas, também existem regras para o bom desenvolvimento da luta. Na categoria de kumite (combate), as lutas têm a duração máxima de três minutos ou oito pontos. Em caso de empate, vence quem aplicou o primeiro golpe.
Confira o esquema de pontuação do caratê:
Yuko (1 ponto): Acertar um soco no rosto ou no tronco do oponente.
Waza-ari (2 pontos): Acertar um chute no tronco do oponente.
Ippon (3 pontos): Acertar um chute na cabeça do oponente, ou acertar um soco subsequente a uma rasteira ou outro golpe.
Já na competição de kata, são os juízes que definem quem fez a melhor apresentação.
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O caratê, enquanto filosofia, pretende desenvolver o corpo e a mente dos lutadores e levá-los a um estado de equilíbrio. Agora, enquanto luta, ganha o lutador que fizer mais pontos até o fim do tempo regulamentar. Também é possível haver vencedor antes de acabar o tempo, basta que um lutador abra oito pontos de vantagem sobre o outro.
Existem três maneiras de o carateca pontuar:
atacar o oponente primeiro;
esperar o ataque do adversário e antecipar a sua tarefa ofensiva com um golpe;
defender o golpe e contra-atacar.
Os praticantes de caratê desenvolveram vários estilos de luta; podemos citar como exemplos:
shotokan;
goju-ryu;
shito-ryu;
wado-ryu;
Ainda há outros modelos de prática do caratê, eles se diferenciam principalmente devido ao estilo de luta e à filosofia empregada nas aulas. Além dessas categorias, o caratê também tem duas modalidades de competição: o kata e o kumite.
O kata é uma apresentação solo de movimentos decorados, inclusive o kata dos atletas está diretamente relacionado à escola de caratê de que eles fazem parte.
O kumite é a “arte do combate”, ou seja, são as lutas de caratê propriamente ditas.
Segundo o carateca Luiz Carlos, existe uma variação muito grande de golpes dentro do caratê, que envolvem, em sua maioria, socos e chutes. Veja alguns dos principais:
Socos:
age-zuki;
ura-zuki;
kagi-zuki;
mawashi-zuki.
Chutes:
mae-geri;
yoko-geri;
mawashi-geri;
tobi-gueri,
Segundo a Confederação Brasileira de caratê, os equipamentos obrigatórios no campeonato brasileiro de caratê são:
protetor de mão;
protetor bucal;
protetor bucal duplo para atletas com aparelhos odontológicos;
protetor corporal (tórax/abdômen);
protetor de busto (categorias femininas);
protetor de tíbia e pé;
protetor genital masculino.
As faixas do caratê indicam o nível de habilidade do lutador, sendo a branca concedida aos iniciantes e a preta sendo última faixa. Confira a ordem das cores das faixas do caratê de branca até a preta:
Faixas do caratê |
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branca |
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amarela |
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vermelha |
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laranja |
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verde |
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roxa |
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marrom |
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preta |
O caratê chegou ao Brasil por meio da imigração japonesa. A princípio, as famílias japonesas não vieram ensinar caratê, o objetivo delas era trabalhar e viver aqui. Mas, como consequência, praticavam o caratê, e a modalidade foi conquistando seu espaço na sociedade brasileira. Atualmente, segundo a Confederação Brasileira de caratê, há 1 milhão de praticantes de caratê no país.
O caratê surgiu no Japão por volta do século XV. Ganhou notoriedade nacional na década de 1920 e espalhou-se pelo mundo após a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, é uma das lutas mais praticadas globalmente. Confira os dados no caratê em nível mundial, segundo a World Karate Federation (WKF):
200 nações filiadas à Federação Mundial de Caratê;
44 países na Ásia;
54 países na Europa;
13 países na Oceania;
39 países nas Américas;
50 países na África;
10 milhões de atletas;
100 milhões de praticantes.
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Luiz Carlos nos conta que no início do caratê havia diversas lutas desenvolvendo-se, e que um dos primeiros diferenciais do caratê foi a criação de um estilo de luta sem agarrar. Ou seja, não há momentos em que se segura o oponente, como há no judô. Outro aspecto típico do caratê é a não utilização de armas brancas; caratê inclusive significa “mãos vazias”, justamente por ser uma técnica de defesa que utiliza apenas partes do corpo.
O filme remake do Karatê Kid, lançado em 2010, mostra, na realidade, lutas de kung-fu.
Existe um desafio no caratê em que um lutador deve enfrentar 100 desafiantes seguidos, sendo cada round com um minuto e meio.
O shotokan, estilo de caratê mais praticado no Brasil, foi fundado por Gichin Funakoshi. Hoje em dia, ele é conhecido como pai do caratê moderno.
Créditos da imagem
[1] Ververidis Vasilis/ Shutterstock
Fontes
KARATÊ. Comitê Olímpico Internacional, 2024. Disponível em: https://olympics.com/pt/esportes/karate/
KARATÊ. Academia Kanayama, 2024. Disponível em: https://www.kanayamaweb.com.br/karate
PEREIRA, M. A. caratê-dô tradicional: o projeto de caratê-dô tradicional da UEM. Universidade Estadual de Maringá, 2024. Disponível em: https://def.uem.br/cdr/comunidade-externa/karate-do-tradicional/karate-do-tradicional
SKIF BRASIL. História do Karate-Do Shotokan. Shotokan Karate-Do International Federation, 2 jan. 2014. Disponível em: https://www.skifbrasil.com.br/historia-do-karate-do-shotokan/
TEIXEIRA, E. É fã de lutas? Confira 5 curiosidades sobre o caratê Kyokushin. Esportudo, 2015. Disponível em: https://blog.esportudo.com/e-fa-de-lutas-confira-curiosidades-sobre-o-karate-kyokushin
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/educacao-fisica/carate.htm