Você sabe para que serve o acelerador de partículas? O acelerador de partículas serve para produzir feixes de partículas de alta energia, como elétrons e prótons. Esses laboratórios têm sido imensamente úteis para os estudos de átomos e núcleos que têm por objetivo conhecer a estrutura fundamental da matéria. Esses feixes foram fundamentais para a descoberta de que núcleos atômicos são formados por prótons e nêutrons e para a descoberta de que prótons e nêutrons são formados por quarks e glúons.
O acelerador de partículas funciona praticamente como um supermicroscópio que, em vez do uso de lentes, acelera feixes de partículas subatômicas, átomos ou moléculas o mais rápido possível (em muitos aceleradores, as partículas atingem velocidades próximas à da luz), a fim de estudar principalmente a física de altas energias e a estrutura fundamental da matéria. É também de grande uso em diversas áreas do conhecimento, como no desenvolvimento de novos materiais e no estudo de fármacos e doenças, minérios, petróleo, vírus, bactérias, células, entre muitas outras aplicações.
Um acelerador de partículas é essencialmente um grande laboratório científico, encontrado em universidades e centros de pesquisa. Um acelerador de partículas, linear ou circular, normalmente é constituído de um longo tubo, cujo interior é isolado a vácuo em baixíssimas temperaturas (próximas ao zero absoluto) e que, através de intensos campos elétricos e magnéticos, acelera finos feixes de partículas em velocidades extremamente altas.
Muitos aceleradores de partículas também são colisores de partículas, acompanhados de sofisticados detectores. Assim, os cientistas colocam dois feixes de partículas em velocidades altíssimas e direções contrárias, colidem-nas e analisam o produto dessas colisões com os detectores, a fim de compreender a estrutura da matéria no nível microscópico.
Estima-se que atualmente existem no mundo 30.000 aceleradores de partículas em operação.
O Brasil possui grandes aceleradores de partículas no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), mas o mais importante deles é o Sirius, em Campinas - SP, uma das mais modernas fontes de luz síncrotron de quarta geração do Brasil e do mundo. A radiação síncrotron é o nome que se dá às ondas eletromagnéticas emitidas pelas partículas que se movem no acelerador de partículas (no Sirius, são elétrons).
Graças a essas radiações emitidas pelos elétrons acelerados, o Sirius consegue produzir diferentes linhas de luz, como infravermelho, ultravioleta, raios X, raios gama ou qualquer outra frequência específica que se deseja utilizar.
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O maior acelerador de partículas do mundo é o LHC (Large Hadron Collider), do CERN, localizado na periferia da cidade de Genebra, na Suíça, sendo formado por um enorme tubo circular com circunferência de 26,7 km e diâmetro de 7 m. É subterrâneo e fica a cerca de 100 m abaixo do solo. Ele se encontra no maior complexo científico do mundo e sua construção envolveu milhares de cientistas, com duração de 20 anos, e custou 10 bilhões de dólares.
Créditos de imagem
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[3] Erich Sacco / Shutterstock
[6] Onbox / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física: Eletromagnetismo (vol. 3). 9 ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2012.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física: Óptica e Física Moderna (vol. 4). 9 ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2012.
CARUSO, Francisco; OGURI, Vitor. Física Moderna: Origens Clássicas e Fundamentos Quânticos. 2 ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2016.
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/fisica/acelerador-particulas.htm