A leishmaniose tegumentar é uma doença provocada por protozoário e não é contagiosa. É transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Lutzomyia, por meio de sua picada. Os sintomas da doença são as lesões, que podem ser nas formas cutânea, mucocutânea e cutânea difusa.
Seu diagnóstico pode ser dado por exame de sangue. Seu tratamento pode ser pelo uso de um antimonial pentavalente. E sua prevenção envolve o uso de roupas adequadas e de repelente quando em meio à natureza, bem como o descarte correto de lixo.
A principal diferença entre a leishmaniose tegumentar e a leishmaniose visceral é que esta pode ser mortal.
A leishmaniose tegumentar americana caracteriza-se como feridas indolores na pele ou mucosas do indivíduo afetado. Conhecida popularmente como úlcera de Bauru, nariz de tapir e ferida-brava, é causada por protozoários do gênero Leishmania, como o L. braziliensis, L. guyanensis e L. amazonensis — parasitas de vertebrados mamíferos.
A doença é endêmica da Amazônia, mas tem ocorrência em várias regiões do mundo. Não se restringe às florestas, constando também em ambientes urbanos, em razão da destruição das coberturas vegetais nativas.
Fêmeas de mosquitos do gênero Lutzomyia são os vetores da leishmaniose tegumentar, transmitindo-a por meio de suas picadas. De tamanho pequeno (menores que pernilongos), eles podem também ser chamados de mosquito-palha, birigui, cangalhinha, bererê, asa-branca ou asa-dura. Vivem em locais úmidos e escuros, preferindo regiões onde há acúmulo de lixo orgânico, e movem-se por meio de voos curtos e saltitantes.
Os sintomas da leishmaniose tegumentar são suas feridas. Quando um indivíduo é picado, ele pode desenvolver a ferida de 10 dias a três meses, caso o vetor esteja sendo hospedeiro do protozoário da doença.
A lesão terá suas características influenciadas pela espécie do gênero Leishmania (L. braziliensis, L. guyanensis e L. amazonensis, entre outras) e pelas condições imunológicas da pessoa, ocorrendo frequentemente nas regiões do corpo descobertas pela roupa.
As cicatrizes dessas ulcerações podem permanecer, e, caso o tratamento não seja feito de forma correta, após meses ou anos a doença pode ressurgir.
Ainda, de acordo com o Ministério da Saúde, as lesões na forma mucocutânea provocam sintomas como:
Para diagnóstico pode ser feito exame de sangue a fim de se encontrar anticorpos específicos; biópsia ou raspadura da lesão.
O tratamento, que pode ser feito pelo SUS, visa à cura clínica, ao impedimento de que a doença evolua para as outras formas mais graves, e a evitar recidivas. Como alopático, pode ser receitado um antimonial pentavalente. Quando o tratamento com ele não apresenta resultados satisfatórios, imunoterapia e imunoprofilaxia podem ser requeridos.
Leia mais: Doença de Chagas — doença causada por protozoário e cujo tratamento também pode ser feito pelo SUS
Algumas ações de prevenção da doença são:
O uso de determinadas telas e mosquiteiros pode não ser eficaz em face do tamanho diminuto do vetor.
A principal diferença entre a leishmaniose tegumentar e a leishmaniose visceral está na gravidade de manifestação de cada uma.
A leishmaniose tegumentar é mais branda, atingindo comumente nariz, boca e garanta, bem como os membros. Acontece em todo o Brasil, e sua incubação é concentrada num período de 10 dias a três meses.
Já a leishmaniose visceral encontra-se tipicamente no Norte e Nordeste brasileiros e pode ser mortal, com alto índice de mortalidade (até 90% dos casos). Acomete órgãos como o baço e o fígado. E tem período de manifestação mais amplo, de 10 dias a 24 meses. Caso queira saber mais sobre a leishmaniose visceral, leia nosso texto.
Créditos da imagem
[1] Dr. Muzammil Irshad / Shutterstock
Fontes
FIOCRUZ. O que são as leishmanioses? Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/o-que-sao-leishmanioses
MINISTÉRIO da Saúde. Leishmaniose tegumentar. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lt#:~:text=A%20Leishmaniose%20Tegumentar%20é%20uma,ocorrência%20de%20casos%20de%20LT.
MINISTÉRIO da Saúde. Leishmaniose visceral. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leishmaniose-visceral
ORGANIZAÇÃO Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Leishmaniose. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/leishmaniose
VASCONCELOS, M. J. et al. Leishmaniose tegumentar americana: perfil epidemiológico, diagnóstico e tratamento. Revista RBAC. Disponível em: https://www.rbac.org.br/artigos/leishmaniose-tegumentar-americana-perfil-epidemiologico-diagnostico-e-tratamento/
Fonte: Brasil Escola - https://brasilescolav3.elav.tmp.br/doencas/leishmaniose-tegumentar.htm