Grito do Ipiranga

O Grito do Ipiranga foi um acontecimento histórico que se passou em 7 de setembro de 1822. Nesse evento, Pedro de Alcântara, regente do Brasil, teria anunciado a Independência do Brasil após receber notícias vindas de Portugal enquanto fazia uma viagem para a cidade de São Paulo.

Na tradição que se consolidou, o regente teria anunciado “Independência ou morte!”, sendo o momento que selou a separação do Brasil. O Grito do Ipiranga foi retratado de maneira heroificada pelo artista brasileiro na obra de arte Independência ou morte, de Pedro Américo e finalizada em 1888.

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Tópicos deste artigo

• 1 - Resumo sobre o Grito do Ipiranga
• 2 - O que foi o Grito do Ipiranga?
• 3 - Obra Grito do Ipiranga
• 4 - Frase do Grito do Ipiranga
• 5 - Quem deu o Grito do Ipiranga?
• 6 - Local do Grito do Ipiranga
• 7 - Contexto histórico do Grito do Ipiranga
• 8 - Curiosidades sobre o Grito do Ipiranga

Resumo sobre o Grito do Ipiranga

• O Grito do Ipiranga é um evento da história brasileira que ocorreu em 7 de setembro de 1822.

• Nesse acontecimento, Pedro de Alcântara anunciou a separação dos laços que ligavam Brasil e Portugal.

• O anúncio de d. Pedro foi resultado do desgaste nas relações entre Brasil e Portugal.

• O regente realizou o Grito do Ipiranga às margens do Rio Ipiranga, na cidade de São Paulo.

• Esse evento foi retratado por Pedro Américo na obra de arte chamada Independência ou morte.

O que foi o Grito do Ipiranga?

O Grito do Ipiranga é um episódio da história brasileira que ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, sendo o momento no qual o regente do Brasil, Pedro de Alcântara, filho do rei português, d. João VI, anunciou, durante uma viagem, a Independência do Brasil. A mitificação desse evento narra que ele teria erguido sua espada e gritado “Independência ou morte!”.

Esse evento apresenta um momento-chave da história brasileira, pois, no Grito do Ipiranga, a Independência do Brasil teria sido iniciada estabelecendo o processo de separação entre Brasil e Portugal. O Grito do Ipiranga ocorreu durante viagem de Pedro de Alcântara para São Paulo, nas margens do Rio Ipiranga.

O Grito do Ipiranga foi consequência de cartas que Pedro de Alcântara havia recebido de José Bonifácio e de sua esposa, d. Maria Leopoldina, trazendo novas notícias das Cortes Gerais e Extraordinárias de Portugal. As notícias demonstravam a intenção das Cortes de obrigar Pedro a retornar para Portugal. Essas medidas fizeram-no anunciar a independência brasileira.

Obra Grito do Ipiranga

O acontecimento conhecido como Grito do Ipiranga foi registrado em uma obra de arte produzida pelo artista brasileiro Pedro Américo. A obra é nomeada Independência ou morte, mas é popularmente conhecida como “O grito do Ipiranga”, sendo um retrato do momento em que Pedro de Alcântara teria anunciado a Independência do Brasil.

A obra foi encomendada a Pedro América pelo governo da província de São Paulo para ser colocada no salão de honra do Museu Paulista. A pintura foi encomendada como uma forma de promover a exaltação desse evento, da monarquia e de São Paulo, onde o evento-chave da história brasileira teria ocorrido.

A obra foi feita por Pedro Américo em Florença, no ano de 1888, sendo uma das imagens mais simbólicas a respeito do evento de independência brasileira. Entretanto, os historiadores apontam que o retrato que Pedro Américo fez é uma mitificação que busca heroificar o evento, tornando-o mais épico do que ele de fato foi.

Na obra de arte, Pedro de Alcântara está trajando uma roupa de gala e está em cima de um cavalo. Ele é acompanhado por outros soldados em cavalos e está erguendo sua espada, como um retrato do momento em que disse “Independência ou morte!”. Os historiadores apontam que Pedro não usava trajes de gala, mas roupas leves porque fazia uma longa viagem subindo a Serra do Mar, e não estava a cavalo, mas sim em um jumento.

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Frase do Grito do Ipiranga

Os relatos a respeito do que Pedro de Alcântara teria dito na ocasião do Grito do Ipiranga são divergentes — reforçando que a fala do regente teria ocorrido no contexto do recebimento de cartas enviadas por José Bonifácio e d. Maria Leopoldina, informando-o das novas medidas anunciadas pelas Cortes Gerais, e que o momento da separação do Brasil se aproximava.

Ele leu as cartas com as notícias e recomendações e, em uma das versões, teria dito a seguinte frase:

“É tempo!… Independência ou morte! […] Estamos separados de Portugal…"^|1|

Em outro relato, Pedro de Alcântara teria anunciado o seguinte:

“Eles querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro… pois verão agora quanto vale rapazinho.” […] “Amigos, as Cortes querem escravizar-nos e perseguem-nos. De hoje em diante nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais!” [...] “Laço fora, soldados! Viva a independência, a liberdade e a separação do Brasil.” [...] “Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer liberdade do Brasil.”^|1|

Um terceiro relato conta que o regente teria dito:

“Será nossa divisa de ora em diante: Independência ou morte!”^|2|

Quem deu o Grito do Ipiranga?

O Grito do Ipiranga foi dado por Pedro de Alcântara, muito conhecido na história brasileira como d. Pedro I, imperador brasileiro entre 1822 e 1831. Ele era o regente do Brasil, colocado na função pelo seu pai, o rei de Portugal, d. João VI. Ele assumiu essa função depois que o rei foi obrigado a retornar para Portugal por conta dos desdobramentos da Revolução Liberal do Porto.

Local do Grito do Ipiranga

Quando Pedro de Alcântara realizou o anúncio da Independência, conhecido como Grito do Ipiranga, ele estava em viagem para São Paulo. Ele fazia o trajeto de Santos até São Paulo, subindo a serra. No momento, ele já estava na cidade de São Paulo, às margens do Rio Ipiranga. O local preciso é difícil de ser estabelecido, mas os historiadores falam que o Grito do Ipiranga ocorreu onde hoje forma o Parque da Independência, na cidade de São Paulo.

Contexto histórico do Grito do Ipiranga

O Grito do Ipiranga é o marco da Independência do Brasil. Esse acontecimento, que ocorreu em 7 de setembro de 1822, é considerado o momento no qual o Brasil anunciou a sua independência, separando-se de Portugal. Esse evento foi resultado de um processo acelerado em que as relações entre Brasil e Portugal azedaram.

Em 1808, a família real portuguesa veio para o Brasil fugindo das tropas francesas que invadiram Portugal. O príncipe regente, d. João, veio para a colônia com apoio dos britânicos, instalando-se no Rio de Janeiro com a família real, a estrutura de poder portuguesa e parte expressiva da corte de Portugal.

A partir daí, uma série de transformações ocorreram no Brasil, promovendo abertura política, desenvolvimento científico, institucionalização, desenvolvimento artístico, urbanização e modernização econômica. Todas essas mudanças não agradavam à burguesia portuguesa.

A partir de 1820, a Revolução Liberal do Porto se iniciou em Portugal exigindo que os poderes reais fossem limitados, que o rei retornasse para Portugal e que o Brasil fosse recolonizado. O rei retornou para Portugal, mas deixou seu filho Pedro na regência do Brasil, em 1821. Depois disso, as relações luso-brasileiras se desgastaram rapidamente, pois as Cortes se comportavam de maneira intransigente com o Brasil.

Pedro de Alcântara foi colocado em uma posição de liderança nessa disputa com Portugal, anunciando, em janeiro de 1822, que desobedeceria às Cortes e não retornaria para Portugal, além de ter anunciado que ordens das Cortes só valeriam no Brasil com a sua anuência. Em agosto, as Cortes elevaram o tom, ordenando o retorno imediato do príncipe e anunciando que tropas seriam enviadas ao Brasil para retomar o controle pleno sobre a colônia.

Ao receber essas notícias, Pedro de Alcântara foi orientado a anunciar a separação do Brasil, realizando o Grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822.

Curiosidades sobre o Grito do Ipiranga

• Na ocasião do Grito do Ipiranga, Pedro de Alcântara sofria de “desconfortos intestinais” ao ter se alimentado de água que não lhe fez bem.

• O quadro de Pedro América tem as dimensões de 7,60 metros x 4,51 metros.

• A Casa do Grito, presente na obra de Pedro Américo, não existia quando Pedro de Alcântara realizou o Grito do Ipiranga.

• Poucos dias depois do Grito do Ipiranga, Pedro foi aclamado imperador do Brasil.

Notas

^|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 219.

^|2| FILHO, William Helal. A dor de barriga de Dom Pedro no grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822. Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-acervo/post/2022/08/a-dor-de-barriga-de-dom-pedro-no-grito-do-ipiranga-em-7-de-setembro-de-1822.ghtml.

Fontes

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

FILHO, William Helal. A dor de barriga de Dom Pedro no grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822. Disponível em: https://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-acervo/post/2022/08/a-dor-de-barriga-de-dom-pedro-no-grito-do-ipiranga-em-7-de-setembro-de-1822.ghtml