Afonso Pena: biografia, carreira, morte, resumo - Brasil Escola

Afonso Pena

Afonso Pena foi um advogado e político brasileiro que foi presidente do Brasil entre 1906 e 1909.

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Afonso Pena foi um advogado e político de Minas Gerais que foi uma importante figura do cenário político do Brasil do final do século XIX e do começo do século XX. Nascido em uma família tradicional de uma cidade mineira, Afonso Pena graduou-se em Direito e ingressou na política durante a sua juventude.

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Na política, ele foi uma figura importante da política mineira, além de ser deputado e ministro de Estado durante o reinado de Dom Pedro II. Era monarquista e não apoiou a Proclamação da República, mas se aproveitou do novo cenário político. Entre 1906 e 1909, esteve no ápice de sua carreira política e foi presidente do Brasil.

Leia também: Deodoro da Fonseca — detalhes sobre o primeiro presidente do Brasil

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Afonso Pena

  • Afonso Pena foi um advogado e político brasileiro oriundo de Minas Gerais.

  • Nasceu em uma família rica, com seu pai sendo dono de terras e de uma lavra de ouro.

  • Bacharelou-se em Direito e ingressou na política pelo Partido Republicano Mineiro (PRM).

  • Foi deputado provincial, senador estadual e deputado.

  • Chegou a ser presidente do estado de Minas Gerais, além de ter ocupado ministérios ainda no período da monarquia.

  • Foi presidente do Brasil entre 1906 e 1909, tendo seu governo marcado pela construção de estradas de ferro e de linhas de telégrafo.

Biografia de Afonso Pena

Retrato de Afonso Pena, presidente do Brasil entre 1906 e 1909. [imagem_principal]
Afonso Pena foi presidente do Brasil entre 1906 e 1909.

Nascimento de Afonso Pena

Afonso Augusto Moreira Pena nasceu na cidade de Santa Bárbara, localizada no estado de Minas Gerais, no dia 30 de novembro de 1847. Ele era filho de Domingos José Teixeira da Pena, português dono de terras e de uma lavra de ouro. Sua mãe chamava-se Ana Moreira Teixeira Pena e pertencia a uma importante família de Santa Bárbara.

Infância de Afonso Pena

Afonso Pena na infância.
Afonso Pena na infância. [1]

Na infância, Afonso Pena era cuidado por uma ama chamada Ambrosina, que era escrava da família de Afonso Pena. Ele estudou em sua cidade natal e fez o ensino primário no Colégio Caraça, um colégio tradicional na cidade de Santa Bárbara.

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Juventude de Afonso Pena

Em 1866, Afonso Pena mudou-se para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito, tornando-se bacharel em Direito no ano de 1870. Durante a sua graduação, Afonso Pena estudou com algumas pessoas que se tornariam personalidades importantes no cenário político do Brasil na virada do século XIX para o XX, como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Rodrigues Alves.

Casamento de Afonso Pena

Afonso Pena casou-se em 1875 com Maria Guilhermina de Oliveira, filha do visconde de Carandaí. O casamento deles durou até o falecimento de Afonso Pena, em 1909.

Filhos de Afonso Pena

Afonso Pena Júnior, o filho de Afonso Pena.
Afonso Júnior.

Ao todo, o casamento de Afonso Pena com Maria Guilhermina gerou 12 filhos, chamados:

  • Maria da Conceição;

  • Afonso Júnior;

  • Otávio;

  • Álvaro;

  • Salvador;

  • Albertina;

  • Maria Guilhermina;

  • Alexandre Moreira;

  • Manuel;

  • Regina Alexandre;

  • Dora;

  • Olga.

Carreira política de Afonso Pena

Depois de encerrar sua formação acadêmica, Afonso Pena retornou para a sua cidade natal para atuar como advogado, ganhando fama por atuar em defesa de escravos. Ele abandonou a sua carreira na advocacia para se dedicar a política. Em 1874, ele ingressou no Partido Liberal, elegendo-se no mesmo ano para a posição de deputado provincial.

Exerceu essa posição entre 1874 e 1878, elegendo-se deputado geral e iniciando o seu mandato ainda em 1878. Afonso Pena permaneceu na posição de deputado geral de 1878 a 1884, elegendo-se novamente para mais um mandato entre 1886 e 1889. Durante a sua atuação como deputado, Afonso Pena defendeu reformas como:

  • ampliação do número de eleitores do sistema eleitoral brasileiro por meio da redução da renda mínima necessária para poder exercer o direito de voto;

  • ampliação da autonomia dos municípios.

Afonso Pena cresceu consideravelmente no ramo da política, chegando a ser nomeado ministro em diferentes ocasiões na década de 1880. Ele foi ministro da Guerra, em 1882, da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, entre 1883 e 1884 e do Interior e Justiça, em 1885. Além disso, tornou-se membro do Conselho de Estado em 1888.

Afonso Pena não teve envolvimento com a conspiração que derrubou a monarquia, mas também não se opôs ao movimento, temendo que uma resistência contra a Proclamação da República poderia ocasionar uma guerra civil. Além disso, ele entendeu que as mudanças em curso poderiam impulsionar sua carreira política.

Em 1891, ele abriu mão de seu mandato em protesto ao fechamento do Congresso Nacional por Deodoro da Fonseca e no mesmo ano foi convidado pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) a se candidatar pelo partido à posição de senador estadual para que ele pudesse atuar para intermediar os conflitos políticos que aconteciam no interior do estado desde que a república havia sido proclamada. Ele foi eleito para a posição, mantendo-se nela de 1891 a 1895 e de 1899 a 1903.

Afonso Pena também chegou a assumir posição como presidente de estado entre 1892 e 1894. Na posição, ele foi um dos que defenderam a necessidade de transferir a capital de Ouro Preto para outra cidade. Além disso atuou para equilibrar as finanças de Minas Gerais e procurou fortalecer o Judiciário do estado.

Em 1902, ele recebeu um importante convite: ele foi convidado a ser vice-presidente para ocupar o lugar de Silviano Brandão, que havia falecido antes da posse. Ele seria o vice-presidente de Rodrigues Alves, que seria empossado como presidente do Brasil. A posse dele como vice-presidente possibilitou que ele se candidatasse para a presidência na eleição seguinte.

Acesse também: Como foi a Primeira República?

O que Afonso Pena defendia?

Do ponto de vista ideológico, Afonso Pena era um monarquista e, no final do século XIX, acreditava que o Brasil não estava pronto para uma mudança de regime. Apesar disso, não se opôs à Proclamação da República quando ela aconteceu. Além disso, ficou marcado por ser um abolicionista, defendendo o fim da escravidão no Brasil e votando à favor da Lei Áurea.

Durante os primeiros anos da sua carreira política, ele era um liberal que defendia que o Estado não deveria intervir na economia. Contudo, quando assumiu cargos no Executivo, afastou-se de tendências liberais e tornou-se adepto de uma política de intervenção moderada. Além disso, como presidente, ele incentivou o desenvolvimento de infraestrutura e da agricultura no Brasil.

Afonso Pena como presidente

Em 1906, Afonso Pena candidatou-se à presidência da República. Nessa eleição, ele disputou a presidência contra Lauro Sodré, obtendo a vitória com mais de 97% dos votos. A sua vitória foi possibilitada pelo acordo entre as oligarquias paulista e mineira conhecido como política do café com leite. Por isso, o seu governo realizou pesados investimentos na produção de café.

O governo de Afonso Pena, além disso, investiu bastante na construção de ferrovias e de linhas de telégrafo no interior do país. Para isso ser possível, o presidente incentivou inúmeras expedições de Cândido Rondon, sertanista e indigenista que explorou regiões inóspitas e manteve contatos pacíficos com diversos povos indígenas.

O próprio presidente chegou a fazer expedições pelo Brasil, mantendo-se os três primeiros meses de seu mandato em viagem para conhecer melhor o país e as suas necessidades. Durante o seu governo também se estabeleceu o alistamento obrigatório para o Exército, além de ele ter dado início à imigração japonesa e incentivado a criação de colônias para estrangeiros no sul do Brasil.

Morte de Afonso Pena

Em maio de 1909, Afonso Pena passou a sofrer com sintomas de uma pneumonia. A doença debilitou consideravelmente a saúde do presidente, levando-o ao falecimento em 14 de junho de 1909 no Palácio do Catete. Afonso Pena foi o primeiro presidente da história brasileira a falecer durante o mandato. O restante do seu mandato foi finalizado por Nilo Peçanha.

Crédito de imagem

[1] Torimem / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. Afonso Pena. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/PENA,%20Afonso.pdf

VIZEU, Rodrigo. Os presidentes: a história dos que mandaram e desmandaram no Brasil – de Deodoro a Bolsonaro. HarperCollins Brasil. Edição do Kindle.

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
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SILVA, Daniel Neves. "Afonso Pena"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescolav3.elav.tmp.br/historiab/afonso-pena.htm. Acesso em 09 de setembro de 2025.
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