Os seres pluricelulares são aqueles formados por duas ou mais células. Essa estrutura celular múltipla pode organizar-se de diferentes maneiras, podendo formar tecidos, órgãos e, em alguns casos, como nos animais, sistemas complexos compostos por órgãos que atuam de forma especializada dentro do organismo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre seres pluricelulares
- 2 - O que são seres pluricelulares?
- 3 - Características dos seres pluricelulares
- 4 - Exemplos de seres pluricelulares
- 5 - Diferenças entre seres unicelulares e pluricelulares
- 6 - Exercícios resolvidos sobre seres pluricelulares
Resumo sobre seres pluricelulares
- Seres pluricelulares são organismos formados por duas células ou mais.
- Apresentam células com funções especializadas.
- Possuem maior complexidade estrutural que os unicelulares.
- Podem formar tecidos, órgãos e sistemas complexos.
- Organismos pluricelulares incluem animais, plantas, fungos e algas pluricelulares.
- São todos eucariontes, mas podem ser autotróficos ou heterotróficos.
- Dependem de cooperação celular para sobreviver.
- Permitem uma maior adaptação e diversidade de formas de vida.
O que são seres pluricelulares?
![Pluricelularidade representada em um corte histológico de um tecido humano. [imagem_principal]](https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/be/2025/07/seres-pluricelulares.jpg)
Seres pluricelulares são aqueles formados por duas ou mais células com funções especializadas — ou seja, células que desempenham papéis específicos em diferentes partes do corpo — e que trabalham em conjunto para realizar todas as funções metabólicas e fisiológicas necessárias à manutenção da vida.
Esses organismos apresentam uma organização celular mais complexa, com capacidade de formar, em muitos deles, estruturas como tecidos e órgãos. Geralmente, os organismos pluricelulares podem ser vistos a olho nu, como é o caso da maioria dos animais, plantas, fungos e algas pluricelulares.
Características dos seres pluricelulares
- Formados por várias células: que atuam de forma integrada e se comunicam para manter o organismo vivo e em pleno funcionamento.
- Especialização celular: muitas células conseguem se especializar para realizar funções específicas dentro do organismo.
- Tamanho diversificado: esses organismos podem ser microscópicos ou apresentar grandes dimensões, como as sequoias gigantes (árvores do grupo das gimnospermas).
- Maior complexidade: em alguns casos, conseguem se organizar e formar tecidos, órgãos e até sistemas altamente especializados.
- Biodiversidade: incluem organismos de diferentes reinos biológicos, com grande variedade de estruturas e níveis de especialização celular.
- Diversidade de hábitats: estão presentes em ambientes terrestres, aquáticos ou até mesmo subterrâneos.
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Exemplos de seres pluricelulares
- Animais: os animais são seres pluricelulares que se destacam por apresentarem uma grande diversidade de formas, tamanhos e comportamentos. A maioria apresenta locomoção ativa e possui tecidos verdadeiros, que formam órgãos e sistemas complexos, como sistema nervoso, digestório, circulatório e excretor. Esses organismos são heterotróficos, ou seja, não produzem seu próprio alimento, e desempenham grande papel ecológico na cadeia alimentar, principalmente como consumidores, contribuindo para o fluxo de matéria e energia. Além disso, os animais exercem funções importantes nos ecossistemas, como a polinização, a dispersão de sementes e outras funções essenciais para o equilíbrio ambiental. Exemplos de animais incluem mamíferos, peixes, répteis, insetos, vermes e anfíbios.

- Plantas: as plantas são organismos pluricelulares e eucariontes que habitam quase todos os ambientes do planeta. São autotróficas e realizam fotossíntese — processo no qual utilizam a luz solar como fonte de energia para produzir seu próprio alimento. São fundamentais para o equilíbrio ecológico, pois atuam como organismos produtores, responsáveis por produzir grande parte da matéria consumida por todos os seres heterotróficos. Possuem tecidos verdadeiros e órgãos especializados, como caule, raízes, folhas e flores, além de estruturas adaptativas, responsáveis por manter esses organismos em diferentes ambientes. Um exemplo são as plantas xerófitas adaptadas a lugares secos e com pouca disponibilidade de água. Além disso, as plantas contribuem diretamente para a produção de oxigênio e a captura do dióxido de carbono da atmosfera, participando dos ciclos biogeoquímicos e auxiliando na regulação da temperatura do planeta.

- Fungos pluricelulares: fungos pluricelulares, como os cogumelos e bolores, são organismos eucariontes essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas. São heterotróficos e atuam principalmente como decompositores, recicladores da matéria orgânica, devolvendo os nutrientes para o solo. Embora não possuam tecidos verdadeiros como os animais e as plantas, alguns podem formar corpos de frutificação, como os cogumelos, estruturas responsáveis por liberar células reprodutivas no ambiente, auxiliando na propagação da espécie. Além do seu papel ecológico, muitos fungos possuem importância econômica, sendo utilizados como alimentos (como o champignon) ou na produção de antibióticos, como a penicilina.

- Algas pluricelulares: algas pluricelulares são organismos eucariontes que pertencem ao Reino Protoctista (ou Protista), juntamente com os protozoários e algas unicelulares. São autotróficas e, assim como as plantas, realizam fotossíntese para produzir seu próprio alimento. Muitas algas possuem estruturas que lembram raízes, caules e folhas, mas, ao contrário das plantas, não apresentam tecidos verdadeiros nem formam órgãos. Estão presentes, principalmente, em ambientes aquáticos, embora algumas espécies possam habitar locais terrestres úmidos. Esses organismos desempenham um papel fundamental nos ecossistemas aquáticos, atuando como produtores na base da cadeia alimentar e contribuindo para a liberação de oxigênio no ambiente, assim como as plantas. As algas pluricelulares também possuem importância econômica: algumas espécies são amplamente utilizadas na culinária, especialmente na gastronomia chinesa e japonesa.

Diferenças entre seres unicelulares e pluricelulares
Característica |
Unicelulares |
Pluricelulares |
Número de células |
Uma única célula |
Múltiplas células |
Especialização celular |
Não há |
Presente |
Organização interna |
Simples |
Complexa (tecidos, órgãos, sistemas) |
Tamanho corporal |
A grande maioria é microscópica. |
Podem ser grandes e visíveis. |
Exemplos |
Bactérias, algas unicelulares, protozoários e fungos unicelulares. |
Animais e plantas. |
Exercícios resolvidos sobre seres pluricelulares
1) (PUC-GO) Os organismos pluricelulares apresentam vários níveis de organização em uma hierarquia que permite a especialização de funções, de modo a otimizar os recursos e poupar energia, num verdadeiro algoritmo biológico, em que cada passo é constantemente monitorado e direcionado para o bom funcionamento do organismo. Entre as alternativas apresentadas a seguir, marque aquela que corresponde aos níveis de organização de um organismo, em ordem crescente, do mais simples ao mais complexo:
- Organelas, células, tecidos, órgãos, sistemas.
- Célula, organela, tecidos, sistemas, órgãos.
- Célula, tecidos, corpo, órgãos, sistemas.
- Organelas, tecidos, células, órgãos, sistemas.
Resposta: Letra A. As organelas são componentes celulares e estão localizadas no citoplasma.
2) (AMEOSC – 2019) Todos os seres incluídos no Reino Plantae são:
I. Procariontes.
II. Pluricelulares.
III. Autótrofos.
Dos itens acima:
- Apenas os itens I e II estão corretos.
- Apenas os itens I e III estão corretos.
- Apenas os itens II e III estão corretos.
- Todos os itens estão corretos.
Resposta correta: Letra C. As plantas fazem parte do Reino Plantae e são organismos pluricelulares, autótrofos e eucariontes.
Fontes:
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das células. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Ciências da Natureza. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mec. Acesso em: 18 jun. 2025
LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje: volume 1 – células. 27. ed. São Paulo: Ática, 2015.
NEVES, Davi Pereira. Biologia celular e molecular. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2018.