Cadeia alimentar é uma representação que descreve o fluxo de energia e matéria que ocorre entre organismos em um ecossistema. É uma sequência de consumo de um organismo por outros, representando a assimilação de nutrientes e energia contidos no ser consumido. As cadeias alimentares são estruturadas em níveis tróficos, que incluem produtores, consumidores e decompositores.
Leia também: Pirâmide ecológica — outra forma de representar a estrutura trófica de um ecossistema
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre cadeia alimentar
- 2 - O que é cadeia alimentar?
- 3 - Quais os componentes da cadeia alimentar?
- 4 - Cadeia alimentar aquática
- 5 - Cadeia alimentar terrestre
- 6 - Cadeia alimentar e níveis tróficos
- 7 - Fluxo de energia na cadeia alimentar
- 8 - Diferenças entre cadeia alimentar e teia alimentar
- 9 - Exercícios resolvidos sobre cadeia alimentar
Resumo sobre cadeia alimentar
- Cadeia alimentar é uma representação em sequência linear da transferência de energia e matéria entre organismos de um ecossistema.
- Essa transferência de energia e matéria ocorre quando um organismo consome outro.
- A sequência de uma cadeia alimentar tem diferentes níveis tróficos (produtores, consumidores, decompositores).
- Os produtores são organismos autotróficos que formam a base da cadeia alimentar.
- Os consumidores são organismos heterotróficos que podem ser herbívoros (consumidores primários) ou carnívoros (consumidores secundários, terciários etc.)
- Os decompositores são organismos detritívoros que reciclam matéria orgânica de todos os níveis.
- As cadeias alimentares aquáticas têm como produtores os organismos do fitoplâncton.
- As cadeias alimentares terrestres têm como sua base de produção as plantas.
- A cadeia alimentar é um conceito didático que simplifica o fluxo de energia.
- A teia alimentar oferece uma representação mais fiel e complexa das intrincadas relações alimentares e da dinâmica de um ecossistema.
O que é cadeia alimentar?
![Sequência de organismos e animais de uma cadeia alimentar. [imagem_principal]](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2025/07/design-sem-nome.jpg)
Uma cadeia alimentar consiste na sequência de transferência de energia e matéria orgânica entre os organismos em um ecossistema. Essa transferência ocorre quando um organismo consome outro e assimila os nutrientes e a energia contidos no ser consumido. A base das cadeias alimentares é constituída pelos produtores — organismos autotróficos que sintetizam sua própria energia por meio de fotossíntese.
Os consumidores primários (herbívoros) se alimentam dos produtores. Os consumidores secundários (carnívoros ou onívoros) consomem os primários, e assim sucessivamente. Já os decompositores (como bactérias e fungos) atuam na reciclagem da matéria orgânica de todos os níveis tróficos, retornando nutrientes ao ambiente. A compreensão das cadeias alimentares é fundamental para analisar o fluxo de energia e a interdependência entre as espécies em um ecossistema.
Quais os componentes da cadeia alimentar?
Cadeias alimentares são compostas por diferentes níveis tróficos, cujo fluxo de energia é unidirecional da base até o topo. Os níveis tróficos são categorizados principalmente em produtores, consumidores e decompositores.
→ Produtores
São organismos autotróficos e que sintetizam sua própria matéria orgânica e substratos energéticos com base em compostos inorgânicos. A principal forma de produção é a fotossíntese. As plantas, algas e algumas bactérias são organismos fotossintetizantes que utilizam a luz solar para sintetizar seus compostos orgânicos e seus substratos energéticos. Os produtores sempre representam o primeiro nível trófico de uma cadeia.
→ Consumidores
São organismos heterotróficos que obtêm energia e nutrientes ao se alimentarem de outros seres vivos. Os consumidores podem ser classificados de acordo com sua fonte de alimento:
- Consumidores primários: são os organismos herbívoros que se alimentam diretamente dos produtores (como gafanhotos, coelhos, gado).
- Consumidores secundários: são carnívoros ou onívoros que se alimentam dos consumidores primários (como os sapos, que comem gafanhotos, e os lobos, que comem coelhos).
- Consumidores terciários: são carnívoros que se alimentam dos consumidores secundários (como as cobras, que comem sapos).
- Níveis adicionais (quaternários etc.): podem existir em cadeias alimentares mais complexas. Um consumidor quaternário é aquele que se alimenta de um consumidor terciário (como uma águia, que se alimenta de cobras), e assim por diante.
→ Decompositores
São organismos heterotróficos (principalmente bactérias e fungos) que atuam na degradação da matéria orgânica morta (restos de produtores e consumidores, excretas). Eles liberam nutrientes inorgânicos no ambiente que são então reutilizados pelos produtores, completando o ciclo da matéria no ecossistema.
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Cadeia alimentar aquática
Uma cadeia alimentar aquática descreve o fluxo de energia e nutrientes em ecossistemas aquáticos, como oceanos, rios, lagos e pântanos. A sua estrutura de níveis tróficos inclui organismos específicos adaptados ao ambiente aquático. A complexidade das cadeias alimentares aquáticas pode variar significativamente dependendo do ecossistema e das espécies presentes.
- Produtores: nos ambientes aquáticos, os principais produtores são o fitoplâncton (microrganismos fotossintetizantes como algas e cianobactérias) e algumas macrófitas aquáticas e algas maiores. Esses organismos realizam fotossíntese e convertem a energia solar em matéria orgânica e substratos energéticos, formando a base da cadeia aquática.
- Consumidores primários: o zooplâncton (pequenos crustáceos e larvas de animais aquáticos) inclui os principais consumidores primários, que se alimentam do fitoplâncton. Outros herbívoros aquáticos, como alguns peixes e moluscos, também consomem algas e plantas aquáticas.
- Consumidores secundários e terciários: peixes menores, crustáceos maiores e outros invertebrados aquáticos atuam como consumidores secundários predando o zooplâncton e pequenos herbívoros. Peixes maiores, aves marinhas e mamíferos aquáticos (como focas e golfinhos) ocupam os níveis tróficos de consumidores terciários (em alguns casos, consumidores quaternários), alimentando-se dos peixes menores e outros predadores.
- Decompositores: bactérias e fungos aquáticos decompõem a matéria orgânica morta de todos os níveis tróficos, incluindo restos de plantas, animais e suas excreções. Esse processo libera nutrientes essenciais na água e no sedimento que são reabsorvidos pelos produtores, reiniciando o ciclo.

Cadeia alimentar terrestre
As cadeias alimentares terrestres descrevem a sequência de transferência de energia e matéria em ecossistemas terrestres, como florestas, campos, desertos e tundras. A sua estrutura de níveis tróficos inclui organismos específicos adaptados ao ambiente terrestre. A diversidade de espécies e a complexidade das interações podem variar drasticamente entre os diferentes biomas terrestres, resultando em cadeias alimentares com variados comprimentos e configurações.
- Produtores: no ambiente terrestre, os produtores são predominantemente plantas (árvores, arbustos, gramíneas) e podem incluir algumas bactérias fotossintetizantes. Eles captam a energia solar e a convertem em matéria orgânica por meio da fotossíntese e formam a base energética de todos os demais níveis.
- Consumidores primários: são os herbívoros que se alimentam diretamente das plantas. Exemplos incluem insetos (gafanhotos, lagartas), mamíferos (veados, coelhos, gado) e aves granívoras.
- Consumidores secundários e terciários: os consumidores secundários predam os herbívoros (como os sapos, que comem gafanhotos, e as raposas, que caçam coelhos). Os consumidores terciários se alimentam dos secundários (como as cobras, que comem sapos), e os quaternários se alimentam dos terciários (como as águias, que predam cobras). Animais onívoros (como os ursos) podem ocupar múltiplos níveis tróficos ao consumirem tanto plantas quanto animais.
- Decompositores: são essenciais para a reciclagem de nutrientes. Os decompositores terrestres incluem bactérias, fungos e invertebrados, como minhocas e besouros. Eles decompõem a matéria orgânica morta (folhas caídas, cadáveres, fezes) e liberam nutrientes inorgânicos no solo, que são então absorvidos pelas plantas, completando o ciclo da matéria.

Cadeia alimentar e níveis tróficos
Cadeias alimentares e níveis tróficos são intimamente relacionados, pois os níveis tróficos são as posições específicas que os organismos ocupam dentro da sequência de uma cadeia alimentar. Essa sequência representa o fluxo de energia e matéria e identifica os diferentes elos da cadeia, que representam níveis tróficos distintos.
O primeiro e mais básico nível trófico é sempre composto pelos produtores, que sintetizam sua própria energia. Em seguida, estão os consumidores primários (segundo nível), que se alimentam dos produtores; depois, os consumidores secundários (terceiro nível), que predam os primários, e assim sucessivamente. Os decompositores atuam em todos os níveis, reciclando nutrientes e representando a continuidade do ciclo de energia e matéria.
Os níveis tróficos são a classificação hierárquica que organiza os organismos dentro da estrutura de uma cadeia alimentar, definindo suas fontes de energia e seu papel no ecossistema. Essa relação entre níveis e cadeia é fundamental para compreender a dinâmica energética e a interdependência entre as espécies.
Fluxo de energia na cadeia alimentar

As cadeias alimentares abrigam um fluxo de energia que é sempre unidirecional. O nível trófico com maior quantidade de energia é a base composta pelos produtores. A cada nível trófico, uma parte da energia é transferida para o próximo nível e uma parte é perdida, dissipada no ambiente. Assim, a energia sempre diminui ao longo dos níveis tróficos, e por isso é unidirecional.
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Diferenças entre cadeia alimentar e teia alimentar

Cadeia alimentar e teia alimentar são conceitos fundamentais na ecologia que descrevem as relações alimentares entre os organismos em um ecossistema. Elas se diferenciam na complexidade e na abrangência das interações tróficas. A cadeia alimentar é uma representação linear e simplificada do fluxo de energia. Ela representa uma única sequência de organismo e suas respectivas fontes de alimento, mostrando uma rota específica de transferência de energia de um produtor para um consumidor e, subsequentemente, para outros consumidores.
As principais características de uma cadeia alimentar são:
- Linearidade: representa um caminho unidirecional e direto da energia.
- Simplicidade: tem foco em uma relação específica e ignora a multiplicidade de fontes alimentares de um organismo.
- Especificidade: descreve uma única via de consumo.
- Aplicação: é utilizada para representar conceitos básicos de transferência de energia e níveis tróficos.
Por sua vez, a teia alimentar, também chamada de rede alimentar, é uma representação complexa e interconectada das diversas cadeias alimentares que se entrelaçam em um ecossistema. Ela demonstra as múltiplas fontes de alimento dos organismos e seus diferentes predadores, refletindo a realidade ecológica de forma mais precisa. As principais características de uma teia alimentar são:
- Interconexão: integra múltiplas cadeias alimentares, mostrando as diversas relações de consumo existentes entre elas.
- Complexidade: reflete a multiplicidade de dietas e predadores para cada espécie. Um organismo pode pertencer a diferentes níveis tróficos, dependendo da cadeia específica que pode ser encontrada em uma teia alimentar.
- Realismo ecológico: oferece uma visão mais holística e precisa das interações tróficas em um ecossistema. As teias alimentares fornecem informações que representam a complexidade das relações tróficas e a interdependência entre elas, refletindo os possíveis impactos na estabilidade do ecossistema por meio de alterações nesse fluxo.
→ Videoaula sobre cadeia alimentar e teia alimentar
Exercícios resolvidos sobre cadeia alimentar
1. (Enem) Estudos de fluxo de energia em ecossistemas demonstram que a alta produtividade nos manguezais está diretamente relacionada às taxas de produção primária líquida e à rápida reciclagem dos nutrientes. Como exemplo de seres vivos encontrados nesse ambiente, temos: aves, caranguejos, insetos, peixes e algas.
Dos grupos de seres vivos citados, os que contribuem diretamente para a manutenção dessa produtividade no referido ecossistema são
a) aves.
b) algas
c) peixes.
d) insetos.
e) caranguejos.
Resposta: B)
A produtividade está relacionada com a energia fixada pelos produtores (seres autotróficos) e que está disponível para os consumidores. As algas são organismos produtores e contribuem diretamente para a manutenção da produtividade ao iniciarem o fluxo de energia e biomassa na cadeia alimentar descrita.
2. (Enem) Ao percorrer o trajeto de uma cadeia alimentar, o carbono, elemento essencial e majoritário da matéria orgânica que compõe os indivíduos, ora se encontra em sua forma inorgânica, ora se encontra em sua forma orgânica. Em uma cadeia alimentar composta por fitoplâncton, zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes ocorre a transição desse elemento da forma inorgânica para a orgânica.
Em qual grupo de organismos ocorre essa transição?
a) Fitoplâncton.
b) Zooplâncton.
c) Moluscos.
d) Crustáceos.
e) Peixes.
Resposta: A)
A conversão do carbono inorgânico para orgânico em uma cadeia alimentar é realizada por organismos autotróficos por meio da fotossíntese. Na cadeia apresentada, o fitoplâncton é o produtor e responsável por fixar o carbono inorgânico e transformá-lo em moléculas orgânicas, que então são transferidas aos demais níveis tróficos.
Fontes
ODUM, E.; BARRET, GW. Fundamentos de ecologia. 5 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
RICKLEFS, RE. A economia da natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
